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Cambaza voluntariou-se a reabilitar escola da FRELIMO

O Director da Escola Central do Partido Frelimo, localizada na cidade industrial da Matola, extremo Sul de Moçambique, Arlindo Chilundo, disse na quarta-feira, em tribunal, que aquela instituição particular recebeu uma oferta, em forma de donativo, do ex- Presidente do Conselho de Administração (ex-PCA) da empresa pública Aeroportos de Moçambique (ADM) e actual co-réu, Diodino Cambaza, para a sua reabilitação.

“Recebemos de Cambaza uma oferta em forma de donativo, bens e serviços, mas nunca em dinheiro, como tem sido prática”, assim se expressou Chilundo, falando na qualidade de declarante neste caso em que cinco co-réus são julgados a volta do roubo de mais de 54 milhões de meticais dos ADM, incluindo o ex-Ministro dos Transportes e Comunicações, António Munguambe. A presença de Chilundo em tribunal visava esclarecer as circunstâncias em que aproximadamente sete milhões de meticais teriam sido retirados fraudulentamente dos cofres dos ADM, alegadamente para financiar obras na escola em questão.

“Não sei em que circunstâncias os pagamentos foram feitos. Sei apenas que as obras ocorreram”, disse Chilundo, esclarecendo que esta ajuda surge em resposta a um pedido feito nesse sentido a todos os militantes da Frelimo, o partido governamental, durante um almoço de angariação de apoios realizado em Agosto de 2006. Segundo ele, os apoios foram aparecendo e, a dado momento, Cambaza também o fez. Contudo, ele disse não saber dizer se Cambaza apoiou em nome individual ou dos ADM, muito menos os valores envolvidos. O Administrador do Património da Frelimo, Armando Simbine, também alinhou no mesmo diapasão, afirmando não saber de nada sobre os pagamentos das obras em causa, alegando que a escola é autónoma.

O juiz Dimas Marrôa mostrou se agastado com o facto de o tribunal ter oficiado a Frelimo para indicar a pessoa que tinha que comparecer em tribunal para responder sobre este assunto, o que não aconteceu. “Nós oficiamos o partido a três de Dezembro mas desde lá não houve resposta”, disse o Marrôa. Simbine, por seu turno, esclareceu que teria sido notificado para comparecer na quarta-feira em tribunal na última segunda-feira, 14 de Dezembro, através do Secretário de Finanças da Frelimo, Aiuba Cuereneia, não obstante ter estado em Maputo, durante todo este período. Na qualidade de Administrador do património, Simbine declinou entrar em detalhes sobre questões financeiras.

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