A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) está a criar condições para passar a colaborar com o Tesouro do Estado na emissão da dívida pública.
Fonte competente desta instituição adstrita ao Minis- tério das Finanças indicou, segundo o Correio da manhã, que o desiderato está inscrito no seu programa de curto prazo que contempla um conjunto de medidas, umas de carácter mais estruturante e outras de carácter operacional, “mas que na sua globalidade concorrem para o cumprimento da missão da Bolsa de Valores de Moçambique”, realçou.
Negociação em bolsa dos bilhetes de tesouro é uma outra medida que consta do programa da BVM, de parceria com o desenvolvimento de outras acções visando tornar a instituição como “meio preferencial do Estado na execução do Programa de Privatizações”, criação de novos instrumentos financeiros e sua diversificação e maior divulgação das vantagens do Mercado de Capitais aos estudantes universitários tidos como potenciais gestores de topo das instituições públicas e privadas.
Actualmente, encontra-se admitido à cotação na BVM um total de doze emissões, sendo cinco do Estado moçambicano e sete de empresas privadas e públicas realizadas quer por subscrição privada, quer por subscrição pública.
Estas subscrições correspondem a uma quantidade de 2168,63 obrigações, enquanto relativamente às acções estão cotadas 306,65 pertencentes à empresa Cervejas de Moçambique (CDM) e CDM-GTT (Gestores, Técnicos e Trabalhadores), o que totaliza no mercado 2475,28 títulos equivalentes a uma capitalização bolsista do mercado de 7316,07 milhões de meticais, ou seja, 301,45 milhões de dólares.
Mercado de capitais
Frisa-se, entretanto, que no país, tendo em conta as taxas de juro que são praticadas no mercado nacional quando as empresas recorrem ao Mercado de Capitais, estas fazem-no habitualmente através da emissão de obrigações, situando-se no intervalo existente entre a remuneração de depósitos de clientes praticada pelas instituições financeiras e a concessão de crédito a empresas por estas mes- mas entidades.
A negociação em Bolsa de Bilhetes do Tesouro (BTs) incrementa o acesso do público em geral a este instrumento financeiro, permitindo que beneficiasse de um produto normalmente direccionado para as instituições financeiras.
O Banco de Moçambique consagrou a existência de um mercado secundário para os Bilhetes de Tesouro a ser feito entre instituições financeiras e público em geral, cuja negociação não passa pela Bolsa de Valores de Moçambique, pelo que o seu sucesso pode estar condicionado pelos interesses das instituições financeiras versus interesse dos investidores, segundo faz notar a fonte do Ministério das Finanças que temos vindo citar.