Era mais um duelo de equipas sul americanas nos oitavos de final, era também um jogo entre velhos conhecidos, desde que Dunga está no comando do escrete canarinho já enfrentou o Chile seis vezes e nos seis jogos saiu vitorioso. A táctica usada também tem sido bastante usada pelos verde-amarelos para ganhar: bola parada na cabeçada de Juan, contra-ataque mortal para Luis Fabiano marcar e, para completar, golo de Robinho após grande jogada de Ramires.
No estádio Ellis Park, em Joanesburgo, 54096 espectadores presenciaram esta segunda-feira o terceiro triunfo do Brasil sobre o Chile, em jogos decisivos do Mundial (os outros foram na semifinal em 1962 e nos oitavos em 1998), e que pôs a equipe de Dunga nos quartos de final onde na sexta feira vai defrontar a Holanda, em Port Elizabeth, no estádio Nelson Mandela Bay.
Os primeiros minutos do jogo deram a impressão de que o Chile colocaria na prática a formação ofensiva que apresentou no papel – com Beausejour, Alexis Sánchez, Mark González e Suazo. Foi o período do jogo em que o Brasil esperou no seu campo defensivo, e viu o adversário tocar a bola embora sem criar real perigo a baliza de Júlio César.
A primeira jogada de perigo do Brasil foi um contra-ataque mal aproveitado por Luis Fabiano, que rematou fraco e para fora. A partir daí os canarinhos tomaram a iniciativa do jogo perante um adversário inofensivo. Com boa movimentação no meio-campo, a equipa de Dunga encontrou espaços mas falhava nas tabelas, e jogadas eram interrompidas por erros de passe.
Os remates de fora da área, foram a principal arma ofensiva nos primeiros 30 minutos. Gilberto Silva e Ramires arriscaram, colocando Bravo a prova. Na defesa, no entanto, os médios pouco ajudavam na saída de bola, obrigando Júlio Cesar e os defesas a recorrerem a lançamentos longos para colocorem a bola no ataque.
Numa rara jogada pela ala direita Maicon foi a linha de fundo e ganhou um canto que ele mesmo marcou. Protegido por Lúcio e Luis Fabiano, Juan saltou imperial e cabeceou a jabulani que passou sobre a mão do baixinho Bravo abrindo o placar aos 34 minutos.
O Brasil aproveitou a vantagem e manteve-se ao ataque, chegando ao segundo golo três minutos depois. Contra-ataque rápido com Robinho a correr pela esquerda e combinar com Kaká no centro do terreno, com apenas um toque suave o camisola 10 rasgou a defesa chilena e Luis Fabiano, em posição regular, fica cara a cara com o guarda-redes, o atacante driblou Bravo com classe e fez o seu terceiro golo no Mundial.
O Chile fez duas alterações para a segunda parte, entrando Tello e Valdivia nos lugares de Contreras e González. Mas a postura continuou a mesma, a equipa de Marcelo Bielsa não foi muito ofensiva e falhou muitos passes a meio-campo.
Num desses passes falhados Ramires roubou bola a meio campo e acelerou em direção à área, livrando-se de dois marcadores e desviando a bola de um terceiro, o jogador do Benfica entregou a jabulina numa bandeja a Robinho. O atacante, de barba cortada, rematou fora do alcance do guarda-redes, fazendo 3 a 0 aos 59 minutos.
Com a tranquilidade da vantagem, e diante de um adversário que não criava jogadas de perigo, a maior preocupação do Brasil passou a ser a de não perder jogadores importantes para os confrontos que faltam. Ramires fez falta dura e desnecessária e recebeu seu segundo cartão amarelo na competição, não poderá jogar contra a Holanda.
Quatro minutos depois, Dunga resolveu mexer na equipa pela primeira vez, trocando Luis Fabiano por Nilmar. O jogo esfriou nos últimos 20 minutos, mas o Brasil ainda teve boa chance de marcar o quarto golo, porém Bravo defendeu um cruzado de Robinho.
Julio Cesar, que tinha sido um espectador na baliza verde-amarela, enfim entrou em ação, aos 74 minutos, jogada individual de Suazo que recebe no centro gira e remata para defesa atenta do guarda-redes brasileiro. Ainda hoje tempo para as estreias Kleberson e Gilberto, que substituíram Kaká e Robinho.