No Grupo mais equilibrado do Mundial da Àfrica do Sul a Coreia do Norte era por muito apontada como a seleção com menor chances de passar aos oitavos de final, afinal este país não jogava uma partida do torneio da FIFA desde a Inglaterra 1966. A emoção de disputar um Campeonato do Mundo estava estampadas no rosto dos jogadores norte-coreanos, cujo avançado Jong Tae-Se chorou copiosamente enquanto era cantado o hino nacional. E ainda por cima começar a enfrentando o eterno favorito, o Brasil.
Dunga e os seus jogadores não deviam estar a espera de encontrar uma muralha coreana tacticamente bem construída logo apartir do meio campo e mostraram muita ansiedade e algum nervosismo no início do jogo. Foram precisos 59 minutos de jogo e a inspiração de Maicon para o Brasil inaugurar o marcador. Depois Elano aumentou. Mas a Coreia não desisitiu e conseguiu reduzir por Yun Nam a dois minutos do fim.
O jogo começou com o Brasil a imprimir um ritmo forte mas esbarrava na muralha norte-coreana que com contra ataques perigosos impunha cuidados à defesa canarinha. Com dificuldades para entrar na área com a bola controla a solução do Brasil foram os remates de longe, Robinho foi o primeiro a tentar, seguido por Elano, ambos sem perigo. As melhores tentativas foram de Maicon, obrigando o guarda-redes a uma palmada para canto, e de Michel Bastos, com a bola passando perto do travessão. Pelo meio centro do terreno a seleção de Dunga não conseguia penetrar, estiveram sempre oito norte-coreanos atrás da linha do meio campo. Pelas as alas os cruzamentos eram interceptados pela defesa ou pelo guarda-redes Myonge Guk. O intervalo chegou sem golos.
O Brasil voltou para a segunda parte sem alterações mas corrigindo os seus principais problemas, melhoru a movimentação e explorou mais as laterais. Mas isso só não era suficiênte para encontrar o caminho da baliza norte coreana. Faltava o brilho e a inspiração de uma das estrelas do escrete. Até que perto da uma hora de jogo Maicon, campeão europeu pela Inter de Mourinho, recebe um passe de Elano, corre até a linha de fundo, com pouco ângulo, e todos a espera de um cruzamento, inclusive o guarda-redes Myonge Guk, arrisca um remate para a baliza. A jabulani, que muitos reclamam de ganhar efeitos caprichosos, tomou o rumo da baliza da Coreia do Norte e estava aberto o placar 1 a 0.
O golo fez bem à seleção canarinha, melhorou as movimentações em campo e começaram a aparecer os outros craques brasileiros. Luis Fabiano esteve perto de fazer 2 a 0, após um passe de Robinho, recebeu a bola no peito, driblou um adversário, mas rematou por cima da baliza.
Robinho conseguia mais espaço e, num passe espetacular, rasgou a muralha defensiva norte coreana para Elano rematar de primeira e fazer o segundo golo do Brasil, aos 71 minutos. Dunga refrescou a equipa, com o frio que estava no Ellis Park nem era preciso, lançou Daniel Alves para o lugar e Elano e Nilmar substituiu Kaká.
Na primeira vez que tocou na bola, Nilmar rematou forte e colocado para defesa do guarda-redes. A essa altura, o domínio brasileiro na partida era completo, transformando Julio Cesar em um mero espectador. Dunga ainda fez sua terceira substituição, trocando Felipe Melo por Ramires, que levou o único cartão amarelo da partida.
Mas a Coreia não desistiu e enquanto procurava não sofrer uma goleada ameaçava em contra ataques e, num deles, após lançamento feito do seu meio-campo e depois do amortecimento de um colega Yun Nam fura a defesa brasileira e remata sem hipóteses para Júlio Cèsar reduzindo para 2-1.
No final os brasileiros fizeram a festa, e eram aos milhares em Johannesburg, o Brasil venceu e somou três pontos que o colocam na liderança do Grupo G. Na próxima jornada a Coreia joga com Portugal, na próxima segunda-feira na cidade do Cabo, enquanto o Brasil irá medir forças com a Costa do Marfim, no domingo em johannesburg.