Além do jamaicano Usain Bolt, estrela indiscutível do Mundial de Berlim com três ouros em provas de velocidade, outro atleta que se destacou por suas conquistas foi o etíope Kenenisa Bekele, que conseguiu uma dobradinha nas provas de meio fundo (5.000 e 10.000 metros). O terceiro nome próprio do Mundial foi o da sul-africana Caster Semenya, vencedora da medalha de ouro nos 800 metros, devido à controvérsia sobre seu sexo.
A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) já deu início a uma investigação para definir se Semenya é mulher ou homem. Bolt foi o verdadeiro herói do Mundial, repetindo a façanha alcançada em Pequim-2008, com três medalhas de ouro e recordes mundiais batidos nos 100 (9.58) e 200 metros (19.19). Para o jamaicano, o revezamento 4×100 foi o único recorde que faltou, apesar de ter saído vitorioso com a equipe de seu país.
“Se estou me acostumando a ganhar? Você não pode se acostumar”, afirmou Bolt, que comemorou seu aniversário de 23 anos durante o Mundial. “Ganhar três ouros em Berlim foi maravilhoso, e estou orgulhoso de mim mesmo”, acrescentou. O velocista diz que “ainda” não se considera uma lenda do esporte, e que quer continuar engordando sua coleção de medalhas no futuro.
“Ano a ano, quero continuar sendo campeão”, afirmou. Para Kenenisa Bekele, 27 anos, que saiu vitorioso de Berlim com a vitória dupla nos 5.000 e 10.000 metros, o Mundial também foi uma reprise de Pequim, onde ele também conseguiu a dobradinha nas Olimpíadas de 2008. O etíope é o primeiro atleta a conseguir a proeza na categoria masculina nas provas de meio fundo em um Mundial de Atletismo.
Já Caster Semenya, sul-africana que com apenas 18 anos abocanhou o ouro nos 800 metros, causou polêmica devido às dúvidas levantadas sobre sua feminilidade. Até mesmo seu treinador Michael Seme admite que os questionamentos sobre o sexo de Semenya são compreensíveis, mas defende a atleta.
“Posso dar a vocês o número de telefone das companheiras de quarto de Caster no Mundial de Berlim. Elas já a viram nua no vestiário e ela não tem nada para esconder”, indicou, quando perguntado sobre a velocista. Sua musculatura, traços faciais e aparência geral fizeram com que a IAAF se visse obrigada a iniciar uma série de testes, que podem durar até duas semanas, para verificar seu sexo.