A condenação à morte, a 24 de Dezembro de 2014, de Cheikh Mohamed Ould M´Kheitir, um jovem blogueiro por “apostasia”, renúncia ou abandono de crença religiosa, foi confirmada nesta quinta-feira última pelo tribunal de apelação de Nouadhibou, ao norte de Nouakchott, e suscitou um grande debate na Mauritânia.
Requalificando a acusação de “apostasia”, que serviu de base para a condenação em primeira instância, por “incredulidade”, o tribunal de apelação da grande metrópole do norte da Mauritânia confirmou a sentença capital contra o bloguista.
A sua advogada, Fatimetou M´Baye, além disso presidente da Associação Mauritana dos Direitos Humanos (AMDH), denuncia como uma “incoerência” o veredicto do tribunal de apelação de Nouadhibou que procede a uma requalificação dos fatos mantendo a sentença pronunciada em primeira instância.
Na sua página de blogue, que ficou online durante um curto período, o blogueiro mauritano criticou “os que utilizam a religião com finalidades de discriminação para impor melhor a sua dominação na sociedade”.
O texto suscitou vivas reacções no país, nomeadamente uma série de manifestações que reclamam pela pena de morte contra o autor. Depois de o réu defendido pela sua advogada, a última palavra neste caso vai doravante caber ao tribunal supremo, consideram observadores.