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Bin Laden parece enfraquecido e em busca de uma saída, segundo analistas

O chefe da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, aparece numa nova mensagem ao povo dos Estados Unidos como um homem debilitado e aflito, em busca de uma porta de saída, estimaram analistas esta segunda-feira.

Numa mensagem divulgada por ocasião do oitavo aniversário dos atentados de 11 de setembro contra os EUA, Bin Laden diz que os americanos devem pressionar a Casa Branca pelo fim das guerras no Iraque e no Afeganistão, em troca do que a Al Qaeda cessaria seus ataques. “A nova mensagem de Bin Laden representa uma verdadeira mudança. Não traz ameaças e tenta justificar os ataques de 11 de setembro”, explicando que sua execução se deveu ao apoio dos Estados Unidos a Israel e a “outras injustiças”, estima Diaa Rachwane, um dos mais conhecidos analistas árabes sobre terrorismo.

“Nem uma só vez na mensagem – e ao contrário de seus hábitos -, Bin Laden menciona os ‘mártires’ que lideraram os ataques de 11 de setembro, e tampouco os louvou”, destaca Rachwane, que é diretor adjunto do centro al-Ahram para estudos estratégicos e políticos.

O especialista também aponta que esta nova mensagem chega três semanas depois de uma outra, na qual o número dois da Al-Qaeda Ayman Al-Zawahiri aparece falando sobre a situação no Vale do Swat, no Paquistão, e no qual há muitas citações religiosas pedindo a unidade dos mujahedins. “Tudo isso mostra claramente que a Al-Qaeda está esfacelada pela situação no terreno”, acrescenta Rachwane, referindo-se aos golpes sofridos pela rede terrorista em zonas tribais do Paquistão.

Na mensagem, divulgada pelo site As-Sahab, Bin Laden diz que o presidente Barack Obama é “oprimido”, não tem poder para mudar o curso das guerras e é apenas um refém “dos grupos de pressão, sobretudo do lobby judaico”, segundo o centro americano de investigações sobre terrorismo Intel Center.. “Também pela primeira vez, Bin Laden fala positivamente de três presidentes americanos”, indica Rachwane: “Obama, ao mencionar seu discurso dirigido ao mundo árabe feito no Cairo em 3 de junho, Jimmy Carter, por sua atitude em relação aos palestinos, e John Kennedy, assassinado em 1963, ao afirmar que Obama terá o mesmo destino deste caso siga uma política diferente da dos neoconservadores”.

Já o analista saudita Anovar Eshki, chefe do Centro de Estudos Estratégicos e Legais, com sede em Djeddah (oeste), é mais categórico: “É a primeira vez que Bin Laden aparece tão fraco”, diz, explicando que conheceu o chefe da Al Qaeda quando ele ainda morava na Arábia Saudita. Para Eshki, a mensagem de Bin Laden “mostra que ele está em uma posição difícil, sobretudo porque, segundo as informações de que dispomos, sua rede começa a ser desmantelada nas zonas tribais paquistanesas pelos golpes duros que levou, enquanto muitos de seus fiéis já deixaram o Paquistão para ir para o Iêmen e a Somália”.

De acordo com o analista saudita, o chefe da Al Qaeda “está buscando uma porta de salida para parar com seus ataques”. A mensagem de Bin Laden foi divulgada dois dias depois do oitavo aniversário dos atentados de 11 de setembro, reivindicados pela Al Qaeda, que mataram 3.000 pessoas nos Estados Unidos. A última gravação em vídeo de Bin Laden havia sido transmitida no dia 3 de junho, e nela o líder terrorista dizia rejeitar a abertura de Obama em relação ao mundo islâmico.

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