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Berlusconi promete reforma; oposição pede novo governo

O Primeiro-Ministro da Itália, Silvio Berlusconi, repetiu, esta Terça-feira, as promessas de realizar reformas económicas no meio da pressão sobre os bónus do país por causa da crise na zona do euro e com o pedido da oposição de centro-esquerda para o Presidente nomear um novo governo.

Com os mercados a sofrerem com a decisão inesperada do Primeiro-Ministro grego, George Papandreou, de realizar um referendo sobre as medidas de austeridade exigidas pela União Europeia, os bónus italianos foram afectados por uma nova ronda de vendas.

O rendimento dos bónus BTP de 10 anos subiu para 6,34 porcento, um nível insustentável muito perto do ponto atingido em Agosto, quando o Banco Central Europeu actuou no mercado comprando títulos da dívida italiana.

O prémio de risco sobre os Bunds alemães subiu para 450 pontos-básicos, o maior spread desde a criação do euro há mais de uma década, enquanto o índice de acções FTSE MIB, composto por bluechips, caía 6,8 porcento, entre fortes vendas nos papéis de bancos.

Berlusconi afirmou que vai delinear as reformas prometidas aos parceiros da UE no encontro de líderes do Grupo das 20 potências económicas (G-20), na quinta-feira, em Cannes, e prometeu que o programa será implementado com a “determinação, rigor e velocidade que a situação exige”.

Contudo, o principal partido de oposição de centro-esquerda repetiu os pedidos para que Berlusconi renuncie, afirmando ter solicitado ao Presidente Giorgio Napolitano que nomeie um novo governo imediatamente.

Com a Grécia a enfrentar o risco crescente de um default que poderia desestabilizar a zona do euro, a Itália, terceira maior economia do bloco, está agora no centro da crise.

Muito grande para receber um resgate caso os seus custos de empréstimo fiquem fora de controlo, à mistura com o crescimento lento e dívida pública montanhosa equivalente a 120 porcento do Produto Interno Bruto, representa uma ameaça para a sobrevivência da moeda única.

Na semana passada, o Tesouro foi forçado a pagar um rendimento recorde de 6,06 porcento num leilão de bónus de 10 anos, um nível que acrescenta biliões aos pagamentos já pesados nos próximos anos se não cair.

O BCE interveio novamente na terça-feira para comprar bónus italianos, mas os rendimentos continuam a subir para níveis próximos a 7 porcento, com muitos analistas a temerem que isso possa provocar uma chamada “greve de compradores”, em que se torna difícil vender novos bónus.

Berlusconi, envolvido em escândalos e a lutar para conter as divisões na sua coligação de centro-direita, prometeu novas reformas, como regras mais fáceis para demissão de funcionários excedentes, inclusive funcionários públicos, e aumento na idade de reforma.

Há um cepticismo propagado sobre o alcance e o momento das medidas, mas ele tem resistido aos pedidos de grupos como a oposição, sindicatos, líderes empresariais e até a Igreja Católica, para que renuncie.

Berlusconi também sobreviveu aos repetidos votos de confiança no Parlamento, mas há uma crescente especulação de que o Governo vai cair nos próximos meses, levando a eleições na Primavera, período em que as eleições costumam ser realizadas na Itália.

A economia italiana, que teve um dos crescimentos mais lentos no mundo na última década, enfrenta um risco crescente de recessão no próximo ano. Na segunda-feira, dados de desemprego mostraram que um terço dos jovens está sem trabalho.

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