Um total de 1.147 famílias irão sair dos seus locais de residência para dar lugar ao projecto de exploração do carvão mineral de Benga, a ser desenvolvido pela empresa australiana Riversdale em Moatize, província de Tete, Centro de Moçambique. Trata-se das famílias das comunidades de Capanga Nzinda, Capanga Nculo, Capanga Luani, Mpala e Nhanganjo, que terão de ser reassentadas porque as suas casas se encontram na área onde estará localizada a mina de Benga, ou mesmo no espaço de até 500 metros do local.
Estas comunidades dedicam-se a agricultura de subsistência, parte delas nas margens dos rios Revobue e Zambeze, onde também capturam peixe com que abastecem os mercados da cidade de Tete e do vizinho distrito de Moatize.
O estudo de impacto ambiental realizado por esta multi-nacional indica que, além das suas residências, as famílias afectadas pelo projecto poderão também perder os seus títulos de uso e aproveitamento de terra, onde também praticam a agricultura, locais de pastagem, entre outras infra-estruturas de sobrevivência.
A directora provincial dos Recursos Minerais e Energia em Tete, Adelaide Pedro, reconheceu, em entrevista ao jornal “Domingo”, que na sequência do reassentamento, estas famílias poderão também perder o seu acesso privilegiado aos mercados.
Contudo, ela disse que esses problemas poderão ser minimizados uma vez que serão considerados no plano de acção e reassentamento que ainda está a ser preparado.