A cidade da Beira, capital provincial de Sofala, na região centro do país, vai beneficiar da instalação duma Estação Permanente de Satélite até o final do ano em curso.
A iniciativa envolve a parceria entre a Rio Tinto Coal Mozambique e o Ministério da Agricultura de Moçambique e prevê abranger também as cidades de Quelimane, na província da Zambézia (centro) e de Lichinga, província do Niassa (norte).
Com efeito, acaba de ser assinado em Maputo, a capital moçambicana, um Protocolo de Cooperação Relativo à implantação e manutenção de Estações Permanentes de Satélite no país, entre a Rio Tinto Coal Mozambique e o Ministério moçambicano da Agricultura.
Segundo O Autarca, esta iniciativa terá um grande impacto nacional, sendo as Estações Permanentes de Satélite propriedade do Estado Moçambicano e a informação de acesso público.
“Será fundamental para o aperfeiçoamento da recolha de dados geográficos para desenvolvimento de planos estruturados para o planeamento urbano, sistemas de monitorização 4- D, controlo de dragagem e requisitos volumétricos, entre outros” – anotou Eric Finlayson, um executivo da Rio Tinto em Mocambique, firma que encontra-se envolvido no projecto de exploração de carvão mineral de Moatize, na província de Tete.
Através da assinatura do protocolo, a Rio Tinto Coal Mozambique e o Ministério da Agricultura de Moçambique comprometem-se a promover estudos em conjunto com vista a melhorar as habilidades dos técnicos locais, bem como solidificar a sua capacidade de intervenção nos vários projectos de desenvolvimento em curso no país.
Prevê-se também, ao abrigo do mesmo protocolo, apoiar os estabelecimentos universitários locais na promoção de estudos nas áreas da Geodesia Espacial, Geomática e Geografia em geral.
“Este protocolo é um marco importante nos esforços da Rio Tinto, a fim de promover a cooperação com o Governo de Moçambique na perspectiva do desenvolvimento do país.
A parceria é também uma oportunidade singular para a qualificação de quadros moçambicanos” – referiu Eric Finlayson, acrescentando que a parceria vai colocar a CENACARTA na vanguarda tecnológica, e impulsionará o desenvolvimento da região de Tete/Zona de desenvolvimento industrial de Moatize, das restantes províncias Moçambicanas, dos países da SADC e do restante continente africano”.
Refira-se, entretanto, que, actualmente, a rede de GNSS (Global Navigation Satellite Systems) em Moçambique é limitada, com quatro Estações Permanentes instaladas nas cidades de Maputo, Inhambane, Nampula e Pemba.
Para que a cobertura abranja todo o território nacional é necessária a construção de outras estações no interior do país.
A Rio Tinto Coal Mozambique, tendo já uma estação a funcionar em Tete, passou a partir da semana passada a sua gestão para a CENACARTA, aumentando assim em 50% a capacidade da rede actual.
A segunda fase de implantação é a que centra-se na Beira, Quelimane e Lichinga que deverão estar concluídas até ao final do presente ano, proporcionando a cobertura total do território moçambicano.
O envolvimento da Rio Tinto em Moçambique nesse projecto vai permitir melhorar o sinal de GPS (Global Positioning System), permitindo, desta forma, uma maior eficácia e precisão na recolha de informação georeferênciada em território nacional.
O protocolo assinado entre a Rio Tinto Coal Mozambique e o Ministério da Agricultura de Moçambique define as formas de cooperação técnica e científica na implantação, uso e manutenção de Estações Permanentes de Satélite na República de Moçambique. A gestão deste protocolo será executada pelo Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção (CENACARTA).