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Basquetebol: Locomotivas de Maputo acabam com a hegemonia da Liga Muçulmana

O Ferroviário de Maputo conquistou o título de campeão nacional de basquetebol sénior feminino ao derrotar, na noite deste domingo (20), a Liga Muçulmana por 67 a 52. Com este triunfo, as locomotivas coloram um ponto final à hegemonia de uma equipa que, em dois anos, venceu por duas vezes o campeonato nacional e uma a taça continental.

Foi um verdadeiro espectáculo da bola ao cesto, como não se via há muito tempo. Diga-se, por uma questão de contextualização, desde o término do “Afrobasket” que teve lugar em Setembro do ano passado na cidade de Maputo. Os poucos adeptos que foram ao pavilhão do Maxaquene puderam matar as saudades de uma modalidade moribunda em Moçambique.

Numa partida em que estava em disputa, mais do que a conquista do mais importante troféu da época 2013/2014, a abertura de um novo capítulo do basquetebol moçambicano, as jogadoras do Ferroviário de Maputo entraram dominantes e precisaram de apenas 30 segundos para estar na frente do marcador, beneficiando da tremenda dificuldade da equipa adversária de furar a muralha defensiva contrária.

Neste primeiro período, o destaque foi para o interessante duelo envolvendo as experientes basquetebolistas Deolinda Ngulela e Ruth Muianga, curiosamente companheiras na equipa das “Samurais”, com a locomotiva a levar sempre a melhor pois, neste primeiro período, o seu conjunto foi o mais bem sucedido debaixo da tabela de pontos.

Mesmo notando a supremacia do Ferroviário de Maputo, sobretudo no capítulo defensivo, Nazir Salé, treinador da Liga Muçulmana, pediu ousadia à sua equipa nas penetrações, no lugar de optar pelos lançamentos exteriores, manifestamente perdendo muitas jogadas que, quanto a nós, podiam minimizar o impacto da grandeza da turma contrária.

Terminados os primeiros dez minutos, o conjunto locomotiva, sob a liderança na quadra de Ruth Muianga, vencia por 19 a 08, tendo aquela atleta apontado cinco pontos e ter-se destacado nos ressaltos com um total de três. No segundo tempo, as muçulmanas da Liga entraram determinadas a contrariar o dia “sim” do Ferroviário.

Nesta etapa do jogo, a base armadora Deolinda Ngulela esteve inspirada e soube orientar, com classe e mestria de que nos habituou, o ataque da sua colectividade. As comandadas por Leonel Manhique, por sua vez, não se deixaram abalar, ainda que tenham investido mais no aspecto defensivo provocando, por inúmeras vezes, perdidas de bola das adversárias.

No parcial, a Liga Muçulmana venceu por apenas um ponto de diferença (14 – 15), mas não suficiente para evitar a saída ao intervalo com uma desvantagem de nove, ou seja, perdendo por 32 a 23. Contrariamente ao sucedido nos primeiros dez minutos, Deolinda Ngulela destacou-se nesta etapa do jogo ao apontar seis pontos.

Um comboio imparável até ao fim!

No reatamento do jogo, o Ferroviário teve, pela frente, um osso duro de roer. Viu-se obrigado a gerir a pressão exercida pela Liga Muçulmana que, volvidos dois minutos, vencia por cinco a dois, mercê de uma exemplar circulação rápida da bola.

Notando o crescimento da equipa adversária, Leonel Manhique mudou de estratégia e pediu que Onélia Pirola exercesse pressão sobre Deolinda Ngulela de modo a trancar a criação das jogadas ofensivas das muçulmanas, uma atitude que surtiu efeito pois, não passou muito tempo para que o Ferroviário recuperasse o controlo da partida.

Recuperado o “fio” do jogo, a locomotiva duplicou os pontos que a equipa adversária marcou neste período, ou seja, 24 contra apenas 12, tendo contado, para o efeito, com o excelente e imprescindível contributo de Inglivilde da Otília que anotou seis pontos e quatro ressaltos.

No derradeiro período, com o marcador a apontar 54 a 35 sempre a favor do Ferroviário de Maputo, Nazir Salé mandou as suas jogadoras optarem pelas jogadas na linha dos 6,25 metros, com o difícil propósito de forçar o prolongamento. Debalde. Apercebendo-se desta atitude da equipa adversária, as jogadoras do Ferroviário decidiram aplicar a defesa zona, o que terá debilitado, decididamente, o crescimento da Liga.

Nesta etapa, o Ferroviário perdeu por 17 a 13 no parcial, mas no marcador final venceu por 67 a 52 conquistando, desta forma, o troféu mais cobiçado do basquetebol sénior feminino do país. Deolinda Ngulele marcou, ao longo do jogo, 19 pontos e foi a melhor marcadora desta final.

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