Foi recentemente publicado nos Estados Unidos da América um livro intitulado Dams, Displacement, and the Delusion of Development: Cahora Bassa and its Legacies in Moçambique, 1965 – 2007 (TRADUÇÃO LIVRE Barragens, Realocação, e a Ilusão de Desenvolvimento: Cahora Bassa e os seus legados em Moçambique), cuja autoria é do Professor Allen F. Isaacman e Barbara S. Isaacman. O livro é um testemunho vivo dos impactos das Megabarragens nas comunidades, biodiversidade e da usurpação em grande escala de terra e água.
Como se não chegassem os impactos da Barragem de Cahora Bassa, o Governo de Moçambique planeia construir ainda mais barragens no Zambeze, sendo que a edificação de Mphanda Nkuwa é dada como praticamente certa. Igualmente certa será também a devastação do Rio, dos seus ecossistemas e das comunidades que tanto dependem dos seus recursos para viver.
“A razão de construir outra barragem em Mphanda Nkuwa, é, como outrora, a de obter capital estrangeiro através da venda de energia a nações sedentas de energia como a África do Sul e outros países da região. A electrificação rural permanece uma prioridade secundária, apesar de apenas 7% dos lares moçambicanos terem eletricidade. Neste aspecto, o Moçambique pós-independência continua a ver, pensar e agir de modo colonial.” – explicam Allen e Barbara Isaacman na introdução da sua mais recente obra (pg6).