Pelo menos três instituições bancárias na Cidade da Beira aderiram ao programa de prevenção do hiv sida no local de trabalho, que está a ser implementado no País pela EcoSida, Associação dos Empresários Contra Sida, Tuberculose e Malária, criada em Agosto de 2005 e que este ano já vai na sua terceira fase.
Trata-se dos bancos Procredito, Millenium Bim e Standard Bank, todos com representação a escala nacional. De acordo com o Delegado Regional Centro da ECoSIDA – uma organização não-governamental sem fins lucrativos, Filipe Jorge, está prevista para esta terça- feira a testagem voluntária dos funcionários do Banco Procredito, um dos que mais se distingue no mercado bancário pela celeridade com que trata sobretudo os processos de concessão de várias linhas de crédito, com destaque para os de habitação e pequenos negocios. Ao nível do Milleniu Bim e Standard Bank, a fonte indicou terem sido testados recentemente mais de centena de funcionários nas cidades da Beira e Chimoio.
“A testagem voluntária é um aspecto muito essencial para as pessoas que não conhecem ainda o seu estado serológico. Quanto mais cedo a pessoa descobrir que é seropositiva tem a vantagem iniciar mais cedo o tratamento anti-retroviral; e aqueles que desçobrem que são negativos permiti-lhes aumentar os niveis de vigilancia e prevenção” – afirmou Felipe Jorge. Nos seus programas de sensibilização e testagem voluntária do hiv sida, a ECoSIDA tem contado com a parceria do PSI e Aliança Internacional para Saúde, duas organizações também não governamentais e sem fins lucrativos cujas actividades estão orientadas para advogacia e markting social sobretudo nas questões ligadas a saúde.
Felipe Jorge disse ao nosso jornal ter esperança de que o numero de funcionários e de empresas que aderem a este programa vai aumentar, anunciando estar previsto para iniciar em Abril próximo um ciclo de seminários orientados aos gestores empresariais com vista a muni-los de conhecimentos e técnicas que vão facilitar o seu entendimento e formas de persuadir a sua massa laboral para a importância da testagem voluntária. Outras entidades abrangidas Por outro lado, o Delegado Regional Centro da ECoSIDA fez saber que várias outras empresas tem estado a aderir ao programa particularmente na Cidade da Beira. referiu-se a empresa JJ Transportes cujos trabalhadores serão abrangidos pelo programa esta segunda-feira.
Explicou que a partir da próxima semana o programa deve escalar o FIPAG, para em Maio e Junho ser a vez das Companhias açucareiras de Sena, em Marromeu, e de Moçambique, em Mafambisse, ambas na Província de Sofala. Refira-se que o sector açucareiro representa um dos maiores empregadores tanto em Sofala como no País, sendo que os riscos de propagação do hiv sida nessas comunidades se afigura maior, sobretudo pela natureza de vida e comportamento social que muitos trabalhadores afectos levam. Em 2009, a ECoSIDA conseguiu mobilizar para testagem voluntária mais de 10 mil trabalhadores, incluindo gestores empresariais em todo o País. Ao nível da província de Sofala, a fonte referiu que o sector agrícola é o que conta com maior número de trabalhadores que aderiram ao programa.
De resto e o sector com maior número de trabalhadores. IMM exemplo na mobilização dos seus trabalhadores A empresa Industria Madeireira de Moçambique (IMM), com sede no decimo nono bairro, Manga-Mascarenha, arredores da Cidade da Beira, tem sido referenciada como exemplo na abordagem da materia relacionada com a sensibilização dos respectivos trabalhadores sobre a importância da prevenção dos riscos de contrair o hiv sida. Abdul Majid, o proprietário da empresa, e um dos principais activistas nessa luta principalmente junto dos seus trabalhadores. Ele pessoalmente tem orientado sessões de palestras, nas quais transmite aos seus trabalhadores as melhores praticas para se prevenirem dos riscos de contrair o hiv sida e tem sensibilizado para a testagem voluntaria e inicio mais cedo do tratamento anti-retroviral para aqueles casos que dão positivo.
O Autarca soube recentemente que foi através da aposta dessas acções que Abdul Magjid conseguiu salvar a vida de alguns dos seus trabalhadores que permaneciam em silêncio enquanto o seu estado de saúde cada dia que passava ia se debilitando devido os efeitos do vírus da sida. Convenceu-os a testarem o seu estado serológico e também a iniciarem o tratamento anti-retroviral e hoje o seu estado de saúde melhorou bastante. Os próprios trabalhadores não escondem o apoio e carinho que recebem do patrão, sobretudo os seropositivos.