O primeiro trabalho discográfico da conceituada intérprete moçambicana, Yolanda Chicane, chama-se Serenata e comporta 15 temas, mesclando-se vários géneros, e será exposto na próxima Sexta-feira, 26 de Julho, num concerto em Maputo.
No dia da apresentação do álbum Serenata – o primeiro dos Kakana, uma das bandas mais célebres no país – perante um público restrito, o compositor e produtor da colectividade, Jimmy Gwaza, mostrou maturidade na forma como se relaciona com a música: “Para nós, um trabalho discográfico é como fosse uma defesa de uma tese no fim de um curso. Já nos consideramos uma banda e, disso, esta obra é uma prova”.
O disco retrata, nas palavras do conceituado jornalista cultural moçambicano, Frederico Jamisse, a realidade dos moçambicanos com base na exposição de géneros musicais como a Marrabenta, o Jazz, o Rock, o Semba, incluindo o Hip Hop. E para isso, “a voz dócil de Yolanda Chicane, uma pessoa que canta e encanta-nos”, como acrescenta o escriba, exerce um papel ímpar.
Se as palavras de Jimmy Gwaza e Frederico Jamisse são falsas ou verdadeiras, não temos como comprovar. Para o efeito, estimado leitor tem a oportunidade de adquirir, pelo menos, uma das duas mil cópias do álbum ou participar no ‘show’ na noite de hoje, no Centro Cultural Universitário, em Maputo, onde será apresentada a obra.
“O álbum é rico em termos de mensagens que transportam o ouvinte em direcção a um futuro melhor, sobretudo ao encontro da paz e do amor”. É assim que Yolanda Chicane, a intérprete e vocalista dos Kakana faz a sua construção social em torno da obra Serenata.
Entretanto, apesar de o álbum ser constituído por vários géneros e estilos musicais, Jimmy Gwaza considera que “nós não elegemos um como modelo a seguir na banda. O estilo musical que eu escolhi foi a voz de Yolanda. Ou seja, eu fui buscar músicas, e não estilos musicais, para encaixar na sua voz. Essas composições deram-me a percepção de que nelas a vocalista podia fazer valer o dom que Deus lhe deu, a voz”.
O ponto de vista é partilhado pela intérprete que considera que, “na verdade, eu não tenho nenhum compromisso com determinado estilo musical, mas o meu entendimento é com a própria música, nas suas variedades de ritmos e géneros”.
A espectativa da banda é que disco seja promovido em todo o país, com especial enfoque para as províncias em que a colectividade não é muito conhecida, “ao mesmo tempo que esperamos que essa obra nos abra as portas para o mercado internacional”.
Refira-se que dos 15 temas seis já foram premiados nos Mozambique Music Awards e no Ngoma Moçambique, um programa promovido pela Rádio Moçambique.