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Bancos encerram dependências no Maputo Shopping Centre

Já começaram a produzir efeito a nível dos negócios em Moçambique as sanções económicas decretadas ao Grupo MBS e ao Sr. Momade Bachir Sulemane pelo Departamento de Tesouro Norte-Americano, na sequência da sua Designação Especial como Barão da Droga internacional. Na terça-feira, em anúncio publicado no Jornal “O País”, o Barclays Bank anuncia o encerramento permanente da sua dependência no Maputo Shopping Centre, com efeitos a partir do dia 23 do presente mês, ou seja, próxima quarta-feira.

O Barclays Bank Moçambique, cuja casa-mãe é o Barclays da “City” inglesa, anunciou através do mesmo ofício que todas as contas domiciliadas até agora na “jóia da coroa” do grupo empresarial MBS serão transferidas para a sua agência da Avenida Joaquim Lapa. O Barclays é a primeira entidade que se desfaz de relações directas com Momade Bachir Sulemane e seu grupo, mas dentro em breve dois outros bancos nacionais com dependências no maior centro comercial de Moçambique vão igualmente fechar as portas de suas agências ali domiciliadas.

Trata-se do Millenium BIM e do BCI, os quais, segundo @Verdade apurou de fontes seguríssimas, já tramitaram o seu pedido para o fazerem junto da entidade reguladora do mercado financeiro, o Banco de Moçambique. Numa questão de dias, ou talvez de horas, será pública mais esta desvinculação das relações destes dois bancos com os negócios do Sr. Momade Bachir Sulemane, apontado como “traficante de droga em larga escala” e possuidor de um esquema de “lavagem de dinheiro” proveniente do narcotráfico através das empresas do seu grupo.

Estes dois bancos têm até aqui relações mais estreitas com o grupo empresarial do Sr. MBS, tendo @Verdade apurado de fontes “insiders” que num dos dois MBS tem uma conta pessoal de cerca de metade de 10 milhões de dólares e com outro tem uma dívida relativa ao crédito concedido para a conclusão das obras do Maputo Shopping Centre.

As sanções financeiras do Tesouro Norte-Americano, com força de lei, obrigam cidadãos americanos, companhias ou outras instituições americanas a desenlaçarem-se de qualquer relação comercial com o Sr. MBS ou as empresas do seu grupo. Embora não visem directamente empresas e entidades moçambicanas ou não-americanas, todas estas que receberem ou gerirem fundos oriundos dos EUA vêem-se desencorajadas a manter relações com o Grupo MBS.

Quer o Barclays, quer o BCI, quer o Millenium BIM ou qualquer outro banco moçambicano ou internacional com agência em Moçambique está integrado no sistema financeiro internacional que passa inevitavelmente pela banca americana, o que os coloca num dilema entre optar por manter uma relação com um próspero empresário nacional ou manter-se no sistema de transacções bancárias internacionais.

No caso do BCI, segundo maior banco de Moçambique, o caso fica mais delicado ainda, pois é gestor directo de fundos do Millenium Challenge Account, entidade criada pelo Estado Americano e co-gerida em Moçambique numa parceria estratégica com o Ministério da Planificação e Desenvolvimento. O BCI gere ainda fundos do programa AgriFuturo, de desenvolvimento agrário e criado pela USAID (Agência Norte-Americana de Desenvolvimento Internacional) em parceria com o Ministério da Agricultura.

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