Numa acção preventiva face aos eventuais choques resultantes de eventuais reflexos da crise da dívida externa dos EUA, o Banco de Moçambique (BM) acaba de reduzir as Taxas de Juros da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez e o Coeficiente de Reservas Obrigatórias para 16% e 8,75%, respectivamente.
Esta medida, a produzir efeitos práticos dentro de dez dias, foi igualmente adoptada face à persistência de incertezas agudas nos países membros da Zona Euro e ainda a crescente volatilidade dos preços internacionais das matérias-primas e produtos alimentares já com repercussões nos países com elevada dependência externa e mais expostos a choques exógenos como é o caso da economia moçambicana.
No entanto, o Banco de Moçambique tranquiliza agentes económicos e a população moçambicana, em geral, dizendo que, apesar destes factores de risco, os indicadores da economia moçambicana apresentam-se “favoráveis”, apesar de “persistirem importantes desafios em alguns sectores com peso significativo no crescimento do Produto Interno Bruto”.
Por outro lado e ainda na esteira de minimizar os efeitos daquelas duas crises, o banco central moçambicano decidiu também intervir nos mercados interbancários de modo a assegurar que a Base Monetária se situe em 32.500 milhões de meticais em finais do mês de Agosto corrente.
Preços nos mercados externos
Quanto à volatilidade dos preços médios das mercadorias nos mercados internacionais, o BM aponta que, em Junho último, eles apresentaram sinais mistos, destacando- se os incrementos mensais do preço do açúcar, em 14,1%, e arroz em 3%, enquanto o do trigo reduziu em 7,9%.
No mesmo período, o preço do alumínio aumentou em 1,1%, altura em que os do petróleo, milho e gás natural se mantiveram praticamente inalterados.