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Banca deve concentrar-se no processo de crescimento do país

Os bancos comerciais não deveriam se preocupar com os lucros , mas sim com a sua contribuição para o processo de crescimento e desenvolvimento do país.

Este posicionamento foi defendido, Segunda-feira, em Maputo, pelo vice-governador do Banco de Moçambique, Pinto de Abreu, durante a inauguração do balcão do banco luso-moçambicano Banco Único, na cidade da Matola, província de Maputo, sul de Moçambique.

“Não é missão dos bancos fazer lucros, mas sim facilitar o processo de crescimento e desenvolvimento da economia e do país. Mas será mais banco se conseguir fazer lucros nesse processo” sublinhou.

Em Moçambique o sector bancário regista lucros fabulosos, mesmo nos momentos mais conturbados causados pela conjuntura internacional.

Aliás, a banca está mais concentrada nas grandes cidades, cobrindo apenas 58 dos 128 distritos, razão pela qual a maioria da população continua fora do sistema financeiro.

Segundo os resultados da Pesquisa sobre o Sector Bancário relativo a 2009, publicada este ano pela empresa de auditoria e consultoria KPMG, os bancos comerciais que operam no país registaram, na sua globalidade, em 2009, lucros líquidos que totalizam os 3.6 mil milhões de meticais, o equivalente a 413.7 milhões de dólares.

Enquanto isso, a rendibilidade dos fundos próprios médios registou uma redução de 5.31 pontos percentuais em 2009, atingindo 27.67 por cento contra os anteriores 32.98 por cento de 2008.

A depreciação do metical face às principais moedas contribuiu para que as instituições financeiras tivessem ganhos significativos provenientes da reavaliação da posição cambial em 2008, o que se traduziu num aumento dos resultados das operações financeiras em 20 por cento.

A pesquisa avança que o crescimento dos lucros líquidos esteve relacionado a contínua aceleração do crédito total do sistema, que subiu 63.85 por cento, totalizando 70.2 mil milhões de meticais. Por outro lado, este crescimento ficou a dever-se a redução das taxas de juro indexantes, o que se reflectiu na diminuição do fardo da estrutura de custos do sistema.

No que refere ao crédito, o estudo mostra que houve um aumento em 2009 devido à forte procura tanto pelas empresas, para financiamento de meios circulantes e para investimento, como por particulares, para consumo e aquisição de bens imobiliários, aumento de projectos de investimento de risco aceitável com melhor retorno, entre outros factores.

Os bancos cresceram 35.8 por cento, face a 2008, com activos a totalizarem 132.4 mil milhões de meticais. O crescimento deve-se igualmente às comissões cobradas pelos bancos pelos serviços prestados, por exemplos pelas consultas de saldo, levantamentos, transferências entre outros, que custam em média 5 meticais por operação.

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