O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) deverão deixar de financiar o Programa de Apoio às Finanças Rurais, a partir de Setembro de 2013, segundo o Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia (FARE) do Ministério da Planificação e Desenvolvimento.
A decisão acaba de ser comunicada ao Governo moçambicano, depois de oito anos de apoio àquele programa que tinha um orçamento avaliado em perto de 34,2 milhões de dólaresnorte-americanos, de acordo com Augusto Isabel, director-geral do FARE.
A retirada do apoio “não se deve a problemas de incumprimento do programa, mas sim ao cronograma do projecto que expira em Setembro de 2013”, explicou o director-geral do FARE.
Para contornar a situação, o responsável explicou que o Governo moçambicano dispõe de cerca de 12,5 milhões de dólares norte-americanos destinados a apoiar a expansão de serviços financeiros para as zonas rurais, “enquanto continuamos a mobilizar mais fundos junto de outros parceiros”, sublinhou.
O valor disponível “não é suficiente para satisfazer a crescente procura daqueles serviços nas zonas rurais”, lamentou o director-geral do FARE, realçando que, apesar da sua exiguidade, o mesmo deverá ser alocado a instituições de micro crédito e outros bancos comerciais interessados em operar naquelas regiões ao longo de 2013.
Prejuízos
Entretanto, desde 2006, os prejuízos causados pelo não reembolso dos fundos do FARE pelas instituições financeiras e operadores agrícolas baseadas no campo é de cerca de 13,5 milhões de dólares norte-americanos, acrescentou Isabel.
Do total de 74 projectos agrícolas beneficiários daqueles fundos, desde 2011, somente 54 reembolsaram o valor até ao momento, lamentou o responsável do FARE, salientando que os empreendimentos estão a ser implementados em 68 distritos das zonas Sul, Centro e Norte do país.