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Bacia do Rovuma tem dez vez mais reservas de gás natural que Temane e Pande

Dados preliminares do Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) indicam que a Bacia do Rovuma, no norte do país, possui quase 10 vezes mais reservas de gás natural que os blocos de Mpande e Temane, na província de Inhambane. Trata-se de reservas que podem ser exploradas durante mais de dois séculos, numa altura em que as pesquisas de hidrocarbonetos tendem a intensificar-se não só no Rovuma, mas também na Bacia de Moçambique.

Segundo a Rádio Moçambique, na Bacia do Rovuma, a americana Anadarko descobriu, no bloco um, reservas de gás natural avaliadas em cerca de 12 triliões de pés cúbicos, tendo, por sua vez, a italiana ENI descoberto pouco mais de 22 triliões de pés cúbicos de gás natural no bloco quatro. Estas descobertas representam um volume de reservas de aproximadamente 10 vezes os 3.5 triliões de pés cúbicos de gás natural em exploração em Mpande e Temane por parte da sul-africana Sasol.

O mega-projecto da Sasol está a ser expandido de modo a passar a produzir 183 gigajoules de gás natural por ano, numa iniciativa que está a demandar um investimento de 400 milhões de dólares americanos. As reservas de gás natural existentes no projecto da petroquímica Sasol permitem uma exploração de até 25 anos ininteruptos.

De acordo com o vice-ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razak, os dados comparativos das reservas de gás de Mpande e Temane, em Inhambane, e dos blocos um e quatro, em Cabo Delgado, mostram o quão “grande são as mais recentes descobertas na Bacia do Rovuma e que a sua exploração deverá levar mais tempo ainda”.

Razak revelou a Rádio Moçambique, que decorrem, neste momento, estudos com vista à transformação do gás natural em exploração em inhambane em gás de cozinha. Trata-se de um projecto que pretende tirar Moçambique da dependência em relação à África do Sul no que se refere ao abastecimento de gás doméstico. O empreendimento de gás natural de Pande e Temane é um consórcio constituído pela Sasol Petroleum Temane (filial moçambicana Sasol) com 70%, a CMH com 25% e a Sociedade Financeira Internacional (IFC) do grupo Banco Mundial com os restantes 5%.

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