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Aviação de Khadafi ataca manifestantes no leste da Líbia

A Força Aérea Líbia esteve envolvida num ataque aéreo às forças dos manifestantes populares que reclamam o fim do regime do coronel Muammar Khadafi na zona leste do país, tendo já bombardeado zonas residenciais da cidade de Ras Lanuf, posições no deserto e alguns postos de controlo na estrada que leva à capital Trípoli.

Os ataques decorreram não muito longe de um dos maiores terminais de exportação petrolífera do país, onde foi desenhada uma linha imaginária que separa o território controlado pelas forças leais ao regime e os revoltosos – os primeiros acantonados na localidade de Bin Jawad, em posição defensiva para a protecção da cidade de Sirte (de onde Khadafi é proveniente), e os segundos tentando reorganizar-se em Ras Lanuf para continuar a avançar para oeste, em direcção à capital.

Representantes das forças manifestantes disseram à Reuters ter recebido “um contacto de um representante de Khadafi que queria negociar a sua saída”, uma proposta que segundo Mustafa Gheriani, o porta voz do Conselho Nacional líbio estabelecido em Bengasi, foi liminarmente rejeitada. “Não negociamos com um homem que derramou e continua a derramar sangue líbio”, sublinhou.

Mas o Governo líbio negou essa versão, segundo a Al-Jazira. Saadi, um dos filhos de Khadafi, garantiu à cadeia árabe que o líder líbio continuará a exercer a sua autoridade, indiferente à pressão internacional, e que as movimentações do Exército se destinam apenas a salvaguardar “locais sensíveis” e a eliminar “ameaças estrangeiras”. “Se fosse usado o exército em toda a sua força, o país poderia cair na guerra civil por causa das divisões tribais”, referiu.

Testemunhas disseram à Reuters que o ataque teve início às 11h00. As bombas abriram crateras de cerca de três metros de diâmetro nas estradas, tendo danificado seriamente o sistema de abastecimento de água. “Temos um hospital cheio de feridos que não pode ficar sem água”, notou Mustafa Askat, no local.

Um combatente popular, Hussam al-Rammahi garantiu porém que a insurreição estava a conseguir segurar as suas posições e a rodear as defesas do exército. “O nosso último posto de controlo continua no mesmo sítio e lançamos alguns ataques. Es Sider [uma cidade costeira com um terminal petrolífero] está agora sob o nosso controlo”, adiantou à Reuters, concedendo porém que “as forças de Khadafi também não se moveram”.

Na fronteira entre a Líbia e a Tunísia, a situação está sob controlo, garantiu o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que esta terça-feira visitou a região. Actualmente, estimou António Guterres, cerca de duas mil pessoas passam diariamente a fronteira tunisina – totalizando 110 mil desde o início da crise líbia.

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