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Autoridades ambientais chumbam projecto de instalação de fábrica de cimento no bairro do Vaz

Autoridades ambientais em Sofala reprovaram a instalação de uma indústria sementeira na zona do Vaz, arredores da cidade da Beira. A decisão teve em conta o impacto ambiental que a referida indústria iria criar na zona.

Embora aquela área tenha sido concebida pelas autoridades municipais locais para a implantação do novo parque industrial da cidade da Beira, a mesma se encontra próxima de espaços residenciais. Além disso, no mesmo espaço já existem indústrias que processam produtos alimentares, com destque para moageiras.

Uma fonte da direcção provincial do Ambiente em Sofala explicou que a indústria de cimento apresenta elevado potencial poluidor.

Um engenheiro químico contactado pelo nosso jornal referiu que as fontes de poluição no processo de fabricação de cimento ocorrem em todas as etapas, nomeadamente desde a moagem e homogeneização das matérias-primas; clinquerização no forno rotativo e resfriamento do clínquer; moagem do clínquer, adições e produção de cimento; ensacamento e expedição do produto; e pontos de transferência de materiais.

Uma pesquisa elaborada pelo jornal permitiu apurar que os maiores riscos que podem ocorrer prendem-se com a probabilidade de efeitos adversos nos indivíduos ou na população, pela exposição a uma concentração de agentes perigosos.

Os níveis e as características das emissões dos poluentes, embora dependem das características tecnológicas e operacionais do processo industrial, elas estão sempre presentes, em especial dos fornos rotativos de clínquer, da composição química e mineralógica das matérias-primas, e da composição química dos combustíveis empregados; da marcha operacional dos fornos de clínquer; e da eficiência dos sistemas de controle de emissão de poluentes instalados.

Os poluentes primários emitidos no processo de fabricação de cimento são: material particulado, dióxido de carbono, óxidos e enxofre e óxidos de nitrogênio.

Segundo advogam especialistas ambientais, as plantas de fabricação de cimento estão entre as maiores fontes de emissão de poluentes atmosféricos perigosos, dos quais destacam-se as dioxinas e furanos; os metais tóxicos como mercúrio, chumbo, cádmio, arsênio, antimônio e cromo; os produtos de combustão incompleta e os ácidos halogenados.

Os metais pesados contidos nas matérias-primas e combustíveis, mesmo em concentrações muito pequenas, devido a sua volatilidade e ao comportamento físico-químico de seus compostos, podem ser emitidos na forma de particulado ou de vapor através das chaminés das fábricas.

Perante esse cenário, as autoridades ambientais na província aconselharam ao proponente do projecto a coordenar com outras entidades no sentido de identificar outros espaços fora da cidade da Beira, com recomendação para o distrito do Dondo.

O Autarca soube que o projecto já obteve autorização do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), e a pretensão dos investidores de instalar a fábrica no bairro do Vaz tem em conta o facto de ser perto do Porto da Beira, de onde serão descarregadas as matérias primas.

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