As autoridades moçambicanas emitiram esta segunda-feira um aviso de cheias no rio Limpopo, no sul do país, e pediram às populações para abandonarem as zonas de risco e retirarem maquinaria e outros meios agrícolas das zonas baixas. No domingo, segundo um comunicado divulgado na capital moçambicana, o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOI) reuniu-se numa sessão extraordinária para analisar os cenários hidrológicos nas principais bacias hidrográficas.
O CENOI concluiu que o rio Limpopo poderá atingir os sete metros, sendo que cinco é o nível de alerta. Aos sete metros as águas do Limpopo poderão afectar sete mil pessoas, que vivem nas zonas baixas dos distritos de Chibuto, Chókwe, Guijá, Massingir e Xai-Xai. Tendo em conta o cenário e a continuação de chuvas no sul do país, o CENOI recomendou que sejam ativados parcialmente os Centros Operativos de Emergência e os Comités Locais de Gestão de Risco e Calamidades dos distritos que poderão ser afectados.
Até agora, segundo dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), cerca de 13 mil pessoas estão a ser afectadas pelo mau tempo, números muito abaixo das previsões do Plano de Contingência do INGC, que admite que na presente época chuvosa (até Março) sejam afectadas 583 mil pessoas.
O mau tempo tem provocado a destruição de algumas habitações e inundações localizadas, sobretudo nas zonas suburbanas de Maputo, Xai-Xai, Beira, Quelimane e Tete. Há risco de cheias na bacia do Zambeze, no centro de Moçambique, devido às descargas que a barragem de Kariba, na Zâmbia, irá fazer nos próximos dias. O alerta é também do CENOI, que justifica com a chuva intensa na Zâmbia. Não se sabe o volume de água que será libertado, mas as autoridades zambianas vão informar Moçambique quando iniciarem a abertura das comportas.
O nível actual das águas no rio Zambeze não é preocupante por agora. Segundo o CENOE, além do Limpopo, a bacia de Púnguè, em Sofala, também está em alerta.