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Autárquicas 2018: Acórdão do Conselho Constitucional arrelia a Renamo

Uma espécie de sucursal da Frelimo é como se pode interpretar a forma como o partido Renamo, o maior da oposição em Moçambique, entende o Acórdão Conselho Constitucional (CC), que valida e proclama os resultados das eleições autárquicas de 10 de Outubro passado, em 52 municípios, e manda repetir a votação em oito das 39 mesas na autarquia da vila de Marromeu, em Sofala.

A “perdiz”, que há anos está em conversações sem fim à vista com o Governo, tem feitos muitas críticas aos órgãos eleitorais como de costume. Na terça-feira (20), voltou à carga para manifestar a sua insatisfação com a decisão do mais alto órgão em matéria constitucional e eleitoral no país.

De pés juntos, a Renamo insiste que venceu na Matola, em Moatize, Monapo, Alto Molócuè e em Marromeu. Argumenta que nestas outras autarquias não se realizou o apuramento intermédio e onde aconteceu os seus delegados políticos foram impedidos de acompanhar os trabalhos.

Mesmo assim, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) atribuiu vitória à Frelimo em todos os municípios acima indicados, alega a formação política a que nos referimos e prosseguiu dizendo que o CC anulou os resultados em oito mesas de votação em Marromeu, devido ao que considera “graves irregularidades que puseram em causa a liberdade, a justeza e a transparência”, do processo durante o apuramento parcial.

Em face desta situação, o coordenador da Comissão Política Nacional da Renamo, Ossufo Momade, questiona: “que critérios o Conselho Constitucional usou para reconhecer irregularidades graves de algumas mesas de Marromeu e não conseguiu reconhecer tantas outras ocorridas nas 52 autarquias?”

O CC é, à semelhança da CNE, “uma caixa de ressonância do partido Frelimo”, afirmou Ossufo Momade, em teleconferência, a partir de Gorongosa, para jornalistas baseados em Maputo.

A repetição do escrutínio será nesta quinta-feira (22), nas mesas com os códigos: 07127-01, 07127-03, 07127-05, 07127-06, 07127-07 e 07127-08, na Escola Primária 25 de Junho, e 07130-02 e 07130-03, Escola Samora Machel. Estão envolvidos 6.400 eleitores. Segundo a Renamo, na verdade, não são oito mesas de assembleias de voto onde houve irregularidades, foram 10.

A CNE e o CC “fizeram vista grossa” às mesas com os códigos 04044-06 e 04049-04, pois pretendiam favorecer a Frelimo.

Ossufo Momade mostrou-se ainda indignado com o facto de os resultados eleitorais no conselho autárquico da Matola terem sido também pretensamente “manipulados a favor da Frelimo”, mas o CC fez de contas que não existiram anomalias. Validou e proclamou os resultados. Não se apurou qualquer tipo de “responsabilização criminal.”

O político voltou a apelar ao Chefe do Estado, Filipe Nyusi, à sociedade civil e a outros organismos nacionais e estrangeiros para que envidem esforços no sentido de “repor a verdade eleitoral” com vista a evitar conflitos pós-eleições.

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