Fazer menção à detecção da presença do vírus da Influenza Aviária em patos silvestres é algo superado, principalmente porque – dizem os técnicos há tempos – os patos são hospedeiros naturais e assintomáticos do vírus da IA. Mas quando essa detecção diz respeito à Austrália, as coisas mudam de figura.
Nos mais de sete anos de duração do atual surto de Influenza Aviária, o vírus H5N1 atingiu indistintamente todos os países do sudeste asiático, alcançando com maior ênfase o arquipélago da Indonésia, onde até agora, pelos dados oficiais, já causou 144 vítimas humanas fatais, quase a metade de todas as mortes ocorridas no mundo pela doença (segundo a OMS, 316 até há algumas semana atrás).
Mas ainda que, a partir do sudeste asiático, o H5N1 alcançasse Europa e África, jamais foi detectado ou causou problemas na Austrália, situada muito próximo ( menos de 1.000 km) do arquipélago indonésio. Porém, na semana passada os serviços de defesa animal da Austrália anunciaram que, dentro do programa nacional de vigilância sanitária contra a doença, o vírus da Influenza Aviária foi detectado em patos analisados na Tasmânia (ilha australiana situada a cerca de 250 km da costa sudeste do país).
É verdade que o vírus isolado vem sendo considerado de baixa patogenicidade, pois, de acordo com o Dr. Bruce Jackson, veterinário-chefe do Departamento do Setor Primário, Água e Meio Ambiente, não foram isoladas cepas causadoras da forma virulenta da doença. Mas como o patógeno tende a agir de maneira diferente ao alcançar plantéis de aves comerciais (sem dúvida, mais suscetíveis a doenças do que, por exemplo, os patos silvestres), toda a avicultura australiana está sendo alertada para que intensifique as medidas de biosseguridade.
Aliás, toda a agropecuária australiana vem sendo solicitada a manter-se atenta à possível chegada “de pestes e doenças devidas a desastres naturais”. O chamamento, aqui, diz respeito aos possíveis desdobramentos dos efeitos do tsunami que atingiu duramente parte do Japão. Pois, lembram as autoridades médicas, ventos e correntes marinhas são grandes disseminadores de problemas sanitários.