Os segmentos restritivos e o aumento da concorrência foram factores apontados pelos operadores económicos do sector bancário moçambicano como tendo contribuído para o melhoramento do ambiente de negócios, em 2008.
Segundo os mesmos operadores, aqueles nichos permitiram a conquista de melhores clientes, através da oferta permanente e integrada de produtos e serviços personalizados que “vão ao encontro das necessidades dos clientes do segmento, enquanto que a concorrência estimula o alcance de economias de escala”, referiram, segundo o documento daquela companhia de pesquisa e auditoria apresentado esta quarta-feira, em Maputo.
O impacto dos restantes desenvolvimentos como aumento dos requisitos de regulamentação e SIDA foi considerado pelos operadores bancários como de menor importância, comparativamente às opiniões dos mesmos agentes emitidas no ano anterior, 2007.
O documento refere a seguir que no conjunto dos quatro principais desenvolvimentos no ambiente bancário, novamente a concorrência registou um maior incremento dos produtos e serviços financeiros oferecidos aos clientes, face a 2007, de 0,29%, bem como a consolidação de entidades existentes, como Barclays Bank, Mauritius Commercial Bank, First National Bank e SOCREMO.
Crédito
Igualmente, os mesmos resultados apontam que o crédito registou um crescimento de 42%, em 2008, face ao ano anterior que foi de 16%, situação associada à forte procura pelas empresas e particulares para financiamento de meios circulantes e para investimento. Por sua vez, a qualidade do crédito registou melhorias significativas, reflectindo-se na queda do rácio de crédito vencido sobre o crédito total de 2%, em 2007, para 1,81%, em 2008. Reflectiu também a melhoria da qualidade do crédito na queda do rácio de provisões específicas sobre o crédito total em 1,24%, de 4,98%, em 2007, para 3,74%, em 2008.
Os resultados positivos alcançados pela banca, em 2008, levaram Ernesto Gove, governador do Banco de Moçambique (BM), a saudar os esforços empreendidos e a convidar todas as instituições financeiras activas no país a abrirem mais agências nas zonas rurais para apoio a projectos de desenvolvimento locais.
Gove falava no termo da apresentação dos resultados da pesquisa sobre sector bancário de 2008, patrocinada pela Associação Moçambicana de Bancos (AMB).