A actriz britânica e nomeada aos Óscares pela primeira vez Charlotte Rampling disse em entrevista para uma emissora de rádio nesta sexta-feira que o boicote à cerimónia de premiação dos Óscares da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em protesto contra a ausência de actores e realizadores negros entre os indicados, é racismo contra os brancos.
Durante a entrevista, Rampling foi questionada por um jornalista da rádio francesa Europe 1 se ela sentia que o realizador norte-americano Spike Lee, que é negro, estava certo em dizer que irá boicotar a premiação pela falta de negros entre os indicados. “Não, acho o contrário, que é racismo contra brancos”, disse Charlotte, que é nomeada pelo papel no drama britânico “45 anos”.
Quando lhe pediram que ela elaborasse o comentário, a actriz disse que “ninguém pode realmente saber”, mas que “talvez, algumas vezes, actores negros não mereceram um lugar na premiação final”.
Os comentários de Rampling ocorrem no meio de protestos pela falta de minorias entre os principais indicados, incluindo a volta da hashtag “OscarsSoWhite (Oscars tão brancos) nas redes sociais, que apareceram pela primeira vez na temporada de premiações de 2015.
A actriz Jada Pinkett Smith disse em sua página no Facebook que iria boicotar os Óscares, e Lee anunciou que não iria participar do evento. No dia seguinte a presidente da Academia reconheceu a falta de diversidade e prometeu “grandes mudanças”.
“Sempre irá haver problemas com pessoas dizendo que alguém é muito bonito, outro é muito negro, outro é muito branco, sempre haverá alguém que as pessoas vão falar, ‘você é muito…”, disse Rampling. “Então vamos classificar tudo para fazer milhares de pequenas minorias em todos os lugares?”.
