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Atletismo da Rússia corre risco de expulsão por acusações de doping generalizado

Uma comissão antidoping internacional recomendou nesta segunda-feira que a Federação de Atletismo da Rússia seja banida do desporto por causa das suas práticas generalizadas de doping – uma medida que pode causar a exclusão da equipe russa de atletismo da Olimpíada do Rio de Janeiro no próximo ano.

O ministro dos Desportos russo, Vitaly Mutko, disse que não havia nenhuma evidência para as acusações contra a Federação.

A comissão, criada pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), descobriu “uma cultura profundamente enraizada de fraudes” no atletismo russo. Mas também identificou o que chamou de falhas sistémicas na Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês), entidade que administra a modalidade.

“Estes são dias sombrios”, disse o presidente da Iaaf, Sebastian Coe, após a publicação do relatório muito aguardado. Ele deu à Rússia até o final da semana para responder às acusações.

A polícia internacional Interpol declarou que irá coordenar uma investigação global sobre as suspeitas de corrupção e doping no atletismo.

No seu relatório, a comissão afirmou que a Olimpíada de Londres de 2012 foi “sabotada” pela omissão generalizada das autoridades antidoping internacionais e nacionais. “Para 2016, nossa recomendação é que a Federação Russa seja suspensa. Na verdade, uma de nossas esperanças é que eles tomem essa iniciativa, de forma que possam remediar o trabalho a tempo para que os atletas russos possam competir sob uma nova estrutura, digamos assim”, declarou Dick Pound, presidente da Wada, numa conferência de imprensa em Genebra.

A Rússia terminou os Jogos de 2012 em segundo lugar no atletismo, atrás dos Estados Unidos, com 17 medalhas, oito delas de ouro, e há tempos é uma potência na modalidade. O escândalo gira em torno das acusações de que se exigiu dinheiro de atletas de ponta para se ‘enterrar’ exames médicos de competidores russos que mostravam o uso de drogas para melhorar o desempenho.

O facto pode se mostrar tão prejudicial para o atletismo mundial quanto tem sido para o futebol o caso de corrupção no cerne da Fifa, onde o presidente, Joseph Blatter, foi suspenso e 14 dirigentes e executivos de marketing desportivo foram indiciados sob acusações de corrupção.

O presidente interino da Federação de Atletismo da Rússia, Vadim Zelichenok, disse à Reuters em uma entrevista por telefone que a Wada não tem poder para impedir os desportistas de seu país de competirem. “Em segundo lugar, é só uma recomendação… mas não sei dizer se a Iaaf irá seguir esta recomendação”.

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