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Atiradores de Gaza executam “colaboradores” e um morteiro mata um menino israelita

Atiradores liderados pelo Hamas em Gaza executaram 18 palestinos acusados de colaborar com Israel, esta sexta-feira (22), acelerando uma repressão a supostos informantes, depois de as forças israelitas terem perseguido e matado três importantes comandantes do Hamas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou intensificar o combate com o Hamas, prometendo que o grupo irá “pagar um preço alto” depois de um menino israelita de quatro anos ter sido morto por um projéctil de morteiro vindo de Gaza, a primeira criança israelita a morrer na guerra de seis semanas.

Pouco depois dos seus comentários, autoridades palestinas afirmaram que Israel destruiu uma casa na Cidade de Gaza com um ataque aéreo, ferindo pelo menos 40 pessoas.

Com manifestantes de comunidades do sul do país atingidas por foguetes fora da sua casa em Jerusalém depois da morte do menino, Netanyahu viu-se pressionado a adoptar medidas mais severas para encerrar os disparos de projécteis.

O porta-voz militar de Israel declarou que outra ofensiva terrestre é possível, se for necessária, para deter o fogo vindo de Gaza. Mais cedo no enclave palestino, militantes mascarados e vestidos de preto executaram sete supostos colaboradores, disparando contra vítimas encapuzadas e amarradas numa praça movimentada nas imediações de uma mesquita depois das tradicionais orações da sexta-feira.

Imagens de televisão mostraram rapazes reunidos no local onde as execuções aconteceram momentos mais tarde, além do sangue a escorrer na rua e cartuchos de bala espalhados ao redor.

Os assassinatos ocorreram na esteira da execução de 11 supostos informantes numa delegacia de polícia abandonada nos arredores da Cidade de Gaza, a terceira ocasião neste mês em que agentes sob comando do Hamas eliminaram pessoas suspeitas de fornecer informações a Israel.

O Al Majd, site ligado ao serviço de segurança interna do Hamas, afirmou que “a resistência” – termo usado para todos os grupos palestinos – iniciou uma operação chamada “torcendo o pescoço” para reprimir qualquer colaboração com os israelitas.

Ao longo dos anos, Israel estabeleceu uma rede de contatos nos territórios palestinos, usando uma combinação de pressão e atrativos para convencer os palestinos a divulgar informações.

Raji al-Surani, presidente do Centro Palestino de Direitos Humanos, exigiu que a Autoridade Palestina e facções armadas “intervenham para deter estas execuções extra-judiciais, não importa quais são os motivos”.

Desde que o conflito começou, no mês passado, 2.071 palestinos, muitos deles civis, morreram, e cerca de 400 mil dos 1,8 milhão de habitantes do enclave tiveram que deixar as suas casas. Sessenta e quatro soldados israelitas e quatro civis em Israel foram mortos.

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