Mais de 100 pessoas foram mortas no Sudão do Sul num ataque de rebeldes e aliados étnicos a um comboio de famílias de uma tribo rival e o seu gado, disse uma autoridade neste domingo.
Desde que se separou do Sudão em 2011, o Sudão do Sul, produtor de petróleo, enfrenta dificuldades para exercer controle sobre territórios remotos inundados por armas após uma guerra com o norte e despedaçados por rivalidades étnicas.
O ataque na sexta-feira foi a pior demonstração de violência no estado de Jonglei desde que 900 pessoas foram mortas no local em ataques tribais ligados a disputas por gado em 2011, disse a Organização das Nações Unidas (ONU).
Rebeldes ligados ao ex-estudante de teologia David Yau Yau e membros da comunidade Murle mataram 103 pessoas, a maioria das quais eram mulheres ou crianças, na emboscada a famílias de etnia Lou Nuer, disse o governador do estado, Kuol Manyang. “Eles foram atacados por pessoas em grande força”, disse ele à Reuters. “Muitas crianças e mulheres estão desaparecidas. O seu destino ainda não é conhecido”. Catorze soldados que escoltavam o comboio também foram mortos, disse ele.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha disse ter enviado uma equipe médica para tratar os feridos.
Yau Yau rebelou-se em julho do ano passado. Ele recrutou jovens armados antagonizados por uma campanha do governo para dar fim à violência tribal em Jonglei, que segundo grupos de direitos humanos, era marcada por abusos de soldados. Mais de 1,5 mil pessoas foram mortas em Jonglei desde a independência, de acordo com a ONU.
O Sudão do Sul acusa o Sudão de fornecer armas e munição para os rebeldes de Yau Yau, acusação negada por Cartum. A violência em Jonglei está a atrapalhar os planos do governo de explorar uma grande concessão de petróleo com a ajuda da petrolífera francesa Total.