Ainda não temos campeão. Mas, depois da derrota do Costa do Sol aos ‘pés’ de Dário Khan, existe um colchão de nove pontos entre o líder e os seus mais directos perseguidores. A próxima jornada pode deixar o resto do Moçambola sem graça. A Liga recebe o Incomáti enquanto o Maxaquene e o Costa do Sol visitam terrenos complicados…
A Liga Muçulmana pode muito bem ter dado um passo decisivo para o título. Mas, mais do que isso, a equipa de Artur Semedo cravou a faca da vingança nas expectativas canarinhas. Na primeira volta um golo de Tó, à beira das compensações, em casa dos muçulmanos, deixou David Mandigora a rir e o Maxaquene mais confortável na tabela. Nessa altura, a Liga não era a equipa que é hoje, mas também o Costa do Sol não o era.
Depois disso Artur Semedo viu chegarem novos rostos. Aliás, foi uma cara nova, por ironia do destino, que se vingou da desfaçatez do pupilos do treinador zimbabweano. Um pontapé de Dário Khan, inofensivo, – agora especialista em violar as redes adversárias –, na marcação de um livre directo, deu três pontos aos muçulmanos.
Frustrado com tudo isto deve ter ficado o Maxaquene. A equipa de Arnaldo Salvado não é a mesma da primeira volta. Já não acaba os jogos em cima dos adversários. Entra, quase sempre a perder, para se salvar ao soar do gongo com um lance de fé. Empatou, frente ao Ferroviário de Maputo, no momento derradeiro. Só por isso a vantagem do líder não é maior.
Os outros
Ora por falar no Maxaquene levanta- se a dúvida em relação ao seu vizinho: depois da derrota com o Incomáti como seguem os alvinegros para Vilanculos? Uma deslocação difícil, com a equipa principal numa crise de resultados, perante um rival complicado, que em caso de vitória poderá ultrapassar o Desportivo na tabela classificativa.
Contudo, não deixa de ser penoso como as coisas não saem na formação de Augusto Matine. A equipa continua a falhar demasiado, sofre golos infantis e deita tudo a perder quando menos se espera.
Quem não quer saber de maus resultados é o Ferroviáio de Nampula. Os locomotivas foram ao campo do Chingale arrancar um empate sem golos, num campo onde os históricos e o líder caíram com estrondo. Por isso, um ponto tem o sabor de vitória.
A jornada trouxe outros destaques: Ferroviário da Beira e HCB de Songo. A formação de Akil Marcelino não conseguiu levar de vencida a turma da hidroeléctrica. As duas formações marcaram um golo e saíram com o mesmo número de pontos.
Em Vilanculos, por outro lado, um golo tardio de Félio trouxe justiça à superioridade sobre o Atlético. O Vilankulo FC deu um espectáculo de bola e coleccionou vários elogios do Desafio. O mais surpreendente, porém, continua a ser a capacidade rara de o Vilankulo apresentar-se como uma equipa que cresce com a competição.
No fundo da tabela, voltou a destacar-se o Sporting. A equipa da Beira bateu o Matchedje e deixou o último lugar da classificação, agora entregue aos militares.