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Armando Guebuza “sacrificou” Luísa Diogo

Alguns analistas moçambicanos consideram que a substituição de Luísa Dias Diogo por Aires Ali no cargo de primeiro- ministro visa adaptar esta função “ao estilo mais interventivo” do Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e responder a um “mandato peculiar”.

Apesar de a maioria dos membros do Governo anterior ter permanecido nos seus cargos no Executivo moçambicano esta segunda- feira empossado, Luísa Diogo não foi reconduzida no posto de primeira-ministra, cargo que ocupou quase 10 anos. Comentando a que é já considerada a saída mais sonante do governo moçambicano, o historiador e consultor de comunicação Egídio Vaz entende que “o Presidente Armando Guebuza prescinde de uma figura de maior carisma por um primeiro- ministro que será mais executor e mais acrítico da acção governativa”.

“Ao tirar do Governo uma primeira-ministra com reputação interna e internacional, Armando Guebuza consolida a sua visão de governo e completa a transição que iniciou quando assumiu a chefia do Estado em 2005”, observou Egídio Vaz.

O historiador e consultor de comunicação considera o segundo mandato “muito peculiar e de incertezas”, porque o partido no poder, FRELIMO, terá um congresso e brevemente será aberta a discussão sobre a sucessão de Armando Guebuza, que está a cumprir o seu último mandato.

Fernando Lima

Fernando Lima, jornalista e comentador televisivo, entende que, ao apostar em Aires Ali, “Armando Guebuza procura um primeiro-ministro mais em consonância com a sua filosofia e estilo de liderança”. “Quando passou a primeira- ministra, Luísa Diogo tinha um Presidente (Joaquim Chissano) mais aberto a delegar poderes. Armando Guebuza governa e gere de uma forma mais directa”, entende Fernando Lima. Por sua vez, António Gaspar, docente no Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), vê na decisão de Armando Guebuza “a necessidade de refrescar o executivo e libertar um quadro do gabarito da Luísa Diogo para novas funções”.

O silêncio de Diogo

Para já a antiga primeiraministra está como deputada na Assembleia da República e não tem feito comentários à composição do governo, excepto segunda-feira, quando afirmou ter deixado o cargo com a sensação de “missão cumprida” e considerou o novo governo “um bom elenco”. O próprio Presidente, quando deu segunda-feira posse ao novo governo, teceu rasgados elogios a Luísa Diogo, que considerou que “deixou um legado que não a deve orgulhar apenas a ela e ao executivo que liderou, mas a toda a Nação moçambicana”. Mas Armando Guebuza não explicou por que afastou Luísa Diogo quando manteve quase todo o anterior governo, embora alguns analistas tenham admitido que “há muito tempo se falava dessa saída”.

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