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Aprender a linguagem dos surdos-mudos

Pais e/ou encarregados de educação aprendem a interpretar os sinais para se comunicar com os filhos e/ou educandos com problemas auditivos.

A língua de sinais “não é apenas mímicas e gestos soltos”, ao contrário dos que muitos imaginam, diz Valdik Charas Haider, o jovem que está a frente do projecto de capacitação de país e encarregados de educação em linguagem dos surdos. Trata-se de um programa constituído por três fases. A primeira começou no ano passado e, neste momento, está em curso a segunda fase que tem o seu término no próximo de 30 de Março.

Valdik afirma que esta é a “fase piloto do projecto” que pretende implantar no país inteiro com a ajuda de algumas embaixadas e ONG´s de modo a permitir uma eficiente comunicação entre os familiares e a criança com problemas auditivos. “Muitos pais e encarregados de educação têm dificuldades em perceber o que os filhos querem dizer. E estas aulas são apenas para capacitá- los e permitir maior comunicação na família”, afirma Vaildik que também é surdomudo.

Grande parte das dificuldades verifica-se quando as crianças frequentam uma escola especial, onde aprendem o alfabeto de sinais surdo-mudo, uma vez que os pais ou familiares se tornam uma espécie de analfabetos no que respeito à interpretação da linguagem de sinais. “Hoje em dia, a preocupação também tem sido dos pais ou familiares. Eles queixam-se de que já não percebem os que os fi lhos dizem quando estes começam a frequentar uma escola”, comenta.

Na presente fase do projecto, apenas quatro grupos – dois na escola Liceu Polana e o mesmo número na Universidade A Politécnica –, cada um constituído por doze estudantes (pais e/ou encarregados de educação), estão a ter aulas. Muita gente manifestou interesse em tomar parte nas aulas, por sinal gratuitas, mas, devido a limitações de espaço, não foi possível atender a todos. Em Moçambique, é a primeira vez que se ministra um curso do género.

Sem o apoio do Ministério da Educação, Valdik e os seus quatro colaboradores ajudam os pais, familiares ou encarregados de educação a comunicarem-se com os seus educandos. Ana Patrícia tem uma fi lha de 9 anos de idade com problemas auditivos e diz que as aulas são “excelentes” e vão ajudá-la “a comunicar-se com a sua filha. Soube do curso através de uma amiga. “A minha situação é difícil pois a fi lha, além de não falar e ouvir, ela não anda. Mas espero que com esse curso consiga comunicar-me melhor com ela”, diz.

Benedita Bila é outra mulher que manifestou interesse em aprender a linguagem de sinais. Tem um sobrinho de 11 anos de idade com problemas auditivos e diz que o curso tem sido “uma maisvalia”. Mas foi por causa do estágio que fez na Escola Secundária Josina Machel que a motivou a fazer o curso. “Trabalho com crianças com problemas auditivos e quero saber mais dos sinais para melhor me comunicar com elas”, diz.

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