A busca de 13 desaparecidos proseguia esta terça-feira na ilha da Madeira, onde a população tenta, em meio a muitas dificuldades, retomar a vida normal três dias depois das fortes chuvas que mataram pelo menos 42 pessoas.
A porta-voz do governo regional, Conceição Estudante, afirmou que dos 32 desaparecidos informados na véspera, 19 pessoas foram localizadas. “Não haviam desaparecido, estavam em locais não informados e os parentes não conseguiram localizá-las”, disse. O presidente do governo regional, Alberto João Jardim, manifestou poucas esperanças de encontrar os corpos dos 13 desaparecidos, que podem ter sido arrastados para o mar.
O balanço oficial da tragédia continua com 42 mortes. Durante toda a noite, as equipes de resgate continuaram bombeando os estacionamentos subterrâneos de três shoppings de Funchal, onde motoristas podem ter ficado presos pelas torrentes de água e lama que invadiram a parte baixa da cidade na manhã de sábado.
A maior preocupação é com o shopping de Anadia, onde testemunhas afirmaram ter visto pessoas arrastadas pela força da corrente no estacionamento quando o rio João Gomes transbordou. Depois de dois dias de trabalho, apenas o primeiro andar do estacionamento subterrâneo foi liberado. As operações foram suspensas na manhã desta terça-feira, de acordo com o canal SIC, por uma avaria na bomba que extraiu toneladas de água e lama.
Durante a noite, mergulhadores da Marinha tentaram localizar eventuais vítimas, mas não encontraram nenhum corpo, informou o governo regional. Novos reforços militares foram enviados de Lisboa na segunda-feira. No centro da cidade de Funchal, as máquinas trabalham a todo vapor para retirar as toneladas de escombros que bloqueiam as ruas, sobretudo ao redor do mercado principal, que permanece fechado.
Os militares também tentam liberar os três rios que atravessam a cidade, com a retirada de grandes blocos de pedras. Segundo fontes oficiais, o tráfego será totalmente restabelecido na cidade dentro de dois ou três dias. Nas colinas de Funchal, onde muitas casas foram destruídas pelos deslizamentos de terra, a água não chega em muitos bairros, que precisam recorrer a caminhões-pipa.
Segundo o governo regional, a prioridade é o restabelecimento dos serviços básicos, já que muitas localidades não têm água nem energia elétrica, sobretudo no centro e sul da ilha. No momento, qualquer avaliação dos danos é considerada prematura pelas autoridades regionais, que descartaram decretar “estado de catástrofe”, pois temem os efeitos negativos sobre o turismo, a principal fonte de renda do arquipélago.