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Após guerras e turbulência política, Mali realiza eleição presidencial

Os malianos votaram neste domingo numa eleição presidencial que se espera que vá propiciar um novo recomeço ao país do oeste da África, depois de mais de um ano de turbulências, guerra e um golpe militar.

Os candidatos encerraram a campanha eleitoral prometendo reconstrução e reconciliação. Mas, dando força aos receios em relação à segurança do país, apesar de uma bem-sucedida ofensiva francesa contra combatentes ligados à rede Al-Qaeda, um grupo islamista ameaçou atacar seções eleitorais.

No ano passado, rebeldes separatistas e islamistas tomaram porções da vasta região desértica no norte do Mali – ex-colônia francesa -, logo depois de militares derrubarem o presidente. Milhares de soldados franceses detiveram em janeiro o avanço rebelde e forças de paz da ONU estão no país para estabilizá-lo.

Uma eleição bem-sucedida neste domingo conduziria a nação, produtora de ouro, mais um passo em direção à recuperação. “Vim escolher um presidente capaz de administrar o país”, disse o engenheiro agrônomo Mamoutou Samake, de 46 anos, o primeiro a votar em uma seção eleitoral no bairro de Banankabougou, na capital, Bamaco.

“A prioridade do novo presidente tem de ser o restabelecimento da paz e da segurança. O resto virá com o tempo”, disse.

A votação realizou-se em cerca de 21 mil seções eleitorais por todo o Mali e longas filas se formavam em sujos pátios de escolas na movimentada e exuberante capital à beira-rio, no sul do país. Em Timbuktu, cidade do norte desértico tomada por rebeldes da Al Qaeda durante a rebelião do ano passado, um grande número de pessoas foi às urnas. Houve, contudo, pequenos atrasos no horário oficial de abertura da votação –8 horas (hora local)– porque os trabalhadores eleitorais tiveram de esperar a entrega no último minuto do material para a votação.

Na sua maioria, os principais candidatos são nomes conhecidos do cenário político do Mali nos últimos 20 anos, portanto, há pouca margem para uma mudança radical. A previsão é que dois ex-primeiros-ministros – Ibrahim Boubacar Keita, conhecido como IBK, e Modibo Sidibé – fiquem entre os finalistas.

Soumaila Cissé, um economista respeitado, ministro e nascido na região Timbuktu, também está entre os mais cotados. O novato na política Dramane Dembélé, candidato do maior partido do Mali, o Adema, pode conquistar votos dos jovens.

Se nenhum candidato obtiver mais de 50 por cento dos votos, haverá uma segunda volta a 11 de agosto.

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