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Apoiantes de Ouattara planeiam ocupar TV estatal na Costa do Marfim

A Costa do Marfim está a acordar para mais um dia de incerteza: apoiantes do presidente eleito, Alassane Ouattara planeiam tomar de assalto o canal televisivo estatal e fiel ao regime do presidente cessante, Laurent Gbagbo, que se recusa a abandonar o cargo. Falando antes da marcha planeada para esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-Moon, avisou que a guerra civil pode regressar à Costa do Marfim se o impasse político se prolongar.

O Exército – controlado, como a televisão, por Gbagbo – já acusou os manifestantes de estarem deliberadamente a provocar confrontos. Na véspera da marcha, testemunhas e um profissional de saúde na capital política marfinense, Yamoussoukro, disseram à Agência France Presse que pelo menos um apoiante de Ouattara foi ferido a tiro quando forças de segurança dispersaram uma manifestação em seu apoio.

Ouattara foi reconhecido pela comunidade internacional como o presidente legitimamente eleito mas está a demorar muito tempo para se afirmar no poder, com Gbagbo a manter-se beligerantemente próximo dos militares, dos ministérios e dos portos de cacau que são as alavancas fundamentais do poder estatal marfinense.

Após duas semanas de impasse e de retórica cada vez mais empedernida dos dois lados, Ouattara e o seu primeiro-ministro, o antigo líder rebelde Guillaume Soro, apelaram aos seus apoiantes para que capturassem hoje os escritórios da TV estatal, RTI. Na capital comercial, Abidjan, reforços da polícia e do Exército foram enviados para a área de Abobo, no norte, onde os residentes já declararam a sua determinação a tomar o poder nas ruas.

Os aliados de Ouattara também planeiam para esta sexta-feira cercar os escritórios do primeiro-ministro na extremamente bem defendida freguesia de Plateau, no centro de Abidjan.

O Governo de Gbagbo já disse que ia resistir e ontem, um dos seus apoiantes mais notáveis, o ministro da Juventude Charles Ble Goude, mobilizou três mil pessoas para invadirem hoje um comício de apoiantes rivais nos subúrbios de Abidjan.

Ble Goulde encontra-se sob investigação da ONU pelo papel que desempenhou na organização de violência sectária durante a crise de 2004.

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