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Apesar de melhorias, Moçambique entre os piores no Índice de Desenvolvimento Humano

Moçambique continua a registar melhorias no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), apesar de continuar a ser considerado um dos piores países do mundo, refere um relatório das Nações Unidas, lançado, sexta-feira, em Maputo. O relatório coloca Moçambique na 165ª posição em termos de desenvolvimento humano, a frente do Burundi, Níger, RDCongo e Zimbabwe, que está a última posição.

Curiosamente , Moçambique está muito abaixo do Madagáscar, Congo Brazzavile, Libéria, Haiti, República Centro Africana, Guiné-bissau, que são outros países mais pobres.

Esta situação poderá ter uma explicação, pelo facto de o relatório das Nações Unidas teimar em apresentar discrepâncias nos dados estatísticos sobre Moçambique. Por exemplo, o relatório refere que Moçambique possui 23,4 milhões de habitantes, ou seja um milhão a mais em relação ao número saído do senso populacional de 2007. Este facto tem impacto nos resultados do IDH, bem como nas perspectivas apontadas pelo relatório, nomeadamente o crescimento previsto (33.9 milhões de habitantes em 2030), o rendimento per capita (854 dólares norte-americanos), entre outros.

Questionado sobre estas discrepâncias, o director do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e representante residente interino do PNUD em Moçambique, Jocelyn Mason referiu que o relatório é independente e que a representação do PNUD em Moçambique não pode fazer muito para alterar estes dados.

Por seu turno, o ministro da planificação e desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, falando na ocasião, disse o governo continuará a envidar esforços para melhorar cada vez mais os vários indicadores de medição do IDH. Segundo Cuereneia, o capital humano constitui o elemento primordial para a sustentabilidade do desenvolvimento do país, no âmbito da agenda de combate a pobreza.

Por outro lado, Cuereneia referiu que as áreas de intervenção do Governo para a melhoria das condições de vida da população incidem sobre o incremento do acesso e provisão dos serviços sociais básicos. “O acesso à educação constitui uma preocupação central e constante do Governo. O número de crianças de seis aos 13 anos que frequentam a escola aumentou de 66.8 por cento em 2003 para 76.5 por cento em 2009. A nossa preocupação como Governo é que as crianças, ao concluírem o ensino primário, que constitui a escolarização obrigatória, prossigam com os seus estudos nos níveis subsequentes, daí que o acesso ao ensino secundário aumentou de 8.2 por cento em 2003 para 22 por cento em 2009” explicou acrescentando que paralelamente a esta acção, está em curso a massificação do ensino técnico profissional.

No que refere a saúde, Cuereneia refere que a distância em relação ao centro de saúde mais próximo reduziu em muitos locais do país, sobretudo nas zonas rurais. A desnutrição crónica reduziu de 47,1 por cento para 46,4 por cento ao mesmo tempo que a insuficiência de peso reduziu de 20,2 por cento para 18,7.

O acesso à água potável aumentou, a mortalidade materno-infantil reduziu e as condições de habitação têm estado a melhorar, disse o ministro, enfatizando os esforços que o governo tem vindo a empreender para melhorar as condições de vida dos moçambicanos. “O governo continuará a envidar esforços para melhorar cada vez mais os vários indicadores de medição do Índice de Desenvolvimento Humano” sublinhou.

Este ano, o relatório apresenta mudanças na metodologia usada. Por exemplo, para o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano são considerados três componentes, nomeadamente educação, longevidade e economia.

Na educação, ao invés de considerar apenas os índices de analfabetismo e a combinação da taxa de matrícula, passou a olhar também para o tempo de escolaridade. Na economia passou a usar o Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita como alternativa ao Produto Interno Bruto.

Jocelyn Mason explicou que a mudança da metodologia resulta do facto de o anterior modelo não fornecer uma compreensão completa e equilibrada da situação multidimensional do desenvolvimento humano nos países.

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