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Apagaram-se os raios ultra-violetas

Apagaram-se os raios ultra-violetas

Elizabeth Taylor, uma das maiores musas de sempre do Hollywood, morreu na passada quarta-feira aos 79 anos no hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles. Para trás deixa oito casamentos, quatro fi lhos, 50 fi lmes, dois Oscars e… uns inolvidáveis olhos violetas que a celebrizaram como uma das maiores gatas da sétima arte. Um personagem a quem Hollywood, seguramente, irá dedicar um filme.

“A minha mãe foi uma mulher extraordinária que viveu a vida ao máximo, com grande paixão, humor e amor”, afi rmou o fi lho Michael Wilding, de 58 anos, num comunicado à imprensa. “Irá inspirar-nos sempre pelo seu contributo para um mundo melhor”, acrescentou. Fruto do casamento entre Elisabeth Taylor e Michael Wilding, o segundo da actriz, disse que o seu trabalho no cinema é só uma parte do legado que deixa.

“A sua impressionante filmografia, o seu êxito como mulher empreendedora e o seu activismo incansável na luta contra a SIDA fazem com que nos sintamos muito orgulhosos. Temos consciência de que o mundo é um lugar melhor desde que a minha mãe passou por ele. O seu legado jamais desaparecerá, o seu espírito prosseguirá connosco e o seu amor viverá para sempre nos nossos corações”, concluiu.

Após a notícia da sua morte, originada por uma falha cardíaca, o seu espaço no célebre passeio da fama de Hollywood encheu-se de flores numa comovente homenagem. Na Internet circulavam milhões de mensagens de condolências. Perda, desolação, eram as palavras mais utilizadas nos comentários.

Aliás, a actriz tinha uma conta ofi cial no Twitter que deixou de actualizar no dia 10 de Fevereiro. Nela mostrava-se encantada com a ideia do diálogo entre personagens famosos e anónimos ainda que considerasse que “às vezes sabemos demasiado sobre os nossos ídolos e isso pode estropiar-nos o sonho.

Na sua derradeira entrevista, efectuada por Kim Kardashian para a ‘Harpers Baazar’, dizia “ter tido muita sorte na vida” e “ter conhecido o verdadeiro amor” e de nunca se ter sentido tão realizada quando viu “os fi lhos embevecidos com o seu trabalho no cinema ou na luta contra o HIV.”

Oito casamentos e sete maridos

Elizabeth Rosemond Taylor nasceu no dia 27 de Fevereiro de 1932, filha de pais americanos – ele marchant de arte e ela actriz –, circunstância que lhe permitiu manter a dupla nacionalidade: britânica e norte-americana. Estudou primeiro dança, depois, quando os pais se mudaram para Los Angeles, nos Estados Unidos, iniciou-se precocemente – tinha nove anos – na Sétima Arte graças aos seus olhos violeta.

Primeiro integrou o elenco de películas para adolescentes, incluindo a terceira série de Lassie, a cadela conhecida pela sua astúcia. Depois, veio o primeiro presságio de que Taylor poderia vir a ser uma importante actriz: “O pai da noiva”, onde teve como companheiro de interpretação Spencer Tracy.

Em 1951, dáse o primeiro grande êxito na sua carreira em “Um lugar ao sol”, filme realizado por George Stevens com Montgomery Clift e Shelley Winters nos principais papéis. Seguiram-se “O Gigante” (1956) com o memorável James Dean, onde Lys interpreta o papel de uma esposa insatisfeita apanhada num triângulo amoroso; “Gata em telhado de zinco quente” (1958); “Cleópatra” (1962) – filme com o qual ganhou um milhão de dólares; e “Quem tem medo de Virgínia Woolf?” (1966) – película que lhe valeu o primeiro Oscar.

Este tipo de personagens reflectiu-se na vida de Lys. A actriz enredou-se num “amor interminável com o actor Richard Burton que conheceu na rodagem de “Cleópatra”. Os dois estavam casados quando se enamoraram e a sua relação causou tal escândalo que até o Vaticano se pronunciou.

Esta relação é, provavelmente ainda hoje, a mais ruidosa da história de Hollywood. Lys acabaria por se casar com Burton duas vezes e com mais seis homens – ao todo foram oito casamentos – numa saga digna de Hollywood. “Sou alguém que tem necessidade de estar casada, provavelmente porque tenho um forte sentimento de insegurança”, confi denciou anos mais tarde numa entrevista.

Nas últimas três décadas agravaram-se os seus problemas de saúde com o consumo de drogas e de álcool. Muito afectada com a morte do actor Rock Hudson em 1985, Lys criou, no mesmo ano, a Fundação americana para a pesquisa da SIDA, AmFAR que presidiu até 2001.

Em 1988 publicou um comovente livro intitulado “Elizabeth revela tudo”, enquanto cultivava as suas amizades, nomeadamente com a estrela pop Michael Jackson. Reagindo à morte deste, Taylor afirmou: “O meu coração e a minha alma estão despedaçados. Não consigo imaginar a minha vida sem ele.”

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