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Annan faz relato sombrio sobre a Síria à ONU

O mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, disse, Terça-feira, ao Conselho de Segurança que a paz na Síria continua inalcançável, quase um mês depois da instauração duma trégua, enquanto os EUA anunciaram um aumento da ajuda “não-letal” à oposição.

Falando aos jornalistas em Genebra depois de reportar-se por videoconferência aos 15 países do Conselho, Annan disse que a trégua está a ser violada por “preocupantes episódios de violência por parte do governo”, e também por ataques de rebeldes armados.

Ele pediu ao governo e aos rebeldes que relancem a trégua, que só foi efectivamente cumprida no dia da sua implantação, 12 de Abril.

“Se vocês conseguem fazer isso por um dia, por que não por uma semana, um mês, por que vocês não dão uma chance à paz e darem um alívio para o povo da Síria? Por que ele precisa de suportar esse trauma?”

Essas declarações pessimistas devem reforçar entre os governos ocidentais a sensação de que o plano de paz de Annan para a Síria não está a dar resultados.

“A situação na Síria permanece sombria, especialmente para os milhões que continuam a enfrentar ataques diários e que precisam urgentemente de assistência humanitária”, disse a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice.

“Estamos a intensificar o nosso apoio para unificar e fortalecer a oposição por meio duma assistência não-letal.”

O governo Obama já havia anunciado a oferta de ajuda logística e de comunicação à oposição, mas sem incluir o fornecimento de armas.

Rice reiterou que os EUA aceitariam discutir outras medidas por parte do Conselho, embora China e Rússia mantenham a sua ameaça de veto a qualquer medida que provoque sanções a Damasco ou uma intervenção militar estrangeira.

Annan afirmou que o fracasso do seu plano, que prevê a desmilitarização dos centros urbanos e o início dum diálogo político, entre outros itens, ameaça levar a Síria a uma guerra civil, com repercussões em todo o Oriente Médio.

Já o embaixador sírio na ONU, Bashar Ja’afari, mostrou-se optimista, mas acusou os governos estrangeiros de tentarem atrapalhar a actuação de Annan e da missão de observadores da ONU.

“Há uma tendência positiva no terreno”, disse ele aos jornalistas. “No entanto, ainda estamos a enfrentar algumas potências árabes, regionais e internacionais que estão a mobilizar enormes esforços a fim de derrubar e abalar a missão dos observadores.”

Ele segurava um CD que segundo ele contém 26 confissões de árabes apanhados na Síria depois de chegarem da Líbia, da Tunísia e de outros países, via Turquia e Líbano, “com a intenção de perpetuarem actos terroristas na Síria”.

Ele acrescentou que outros 15 combatentes estrangeiros haviam sido mortos pelas forças sírias de segurança.

Ja’afari pediu à Arábia Saudita, Catar e Turquia para interromperem o “seu patrocínio à rebelião armada”.

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