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Anibalzinho reconduzido às celas do comando da PRM

Aníbal dos Santos Júnior, vulgo “Anibalzinho” foi nesta terça-feira reconduzido às celas do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) da cidade de Maputo, de onde se evadiu a 7 de Dezembro de 2008, juntamente com outros cadastrados perigosos. Anibalzinho, que foi recapturado na vizinha África do Sul em data não revelada, chegou a Maputo, via terrestre, no fim da tarde de terça-feira.

Este perigoso cadastrado foi reconduzido às celas do Comando da PRM da Cidade de Maputo quando eram precisamente 19:30 horas, sob um aparato de cerca de 50 agentes da polícia e transportado num carro blindado. A AIM testemunhou o momento da chegada de Anibalzinho ao Comando, onde mesmo no interior, a Polícia continuavam “fortemente” vigilante e preparada para intervir em qualquer situação.

O director nacional da Polícia de Investigação Criminal (PIC), Carlos Come, revelou que “neste momento ele vai ficar nas celas do Comando da Cidade e, ao nível superior, os Ministros da Justiça e do Interior vão decidir onde ele vai ficar. Se não for aqui será noutro lugar”.

Entretanto, a Ministra moçambicana da Justiça, Benvida Levy, disse, segunda-feira, que Anibalzinho, caso se confirmasse a sua recaptura, seria encarcerado na BO. Comé confirmou que a Interpol é que recapturou Anibalzinho na África do Sul, porém, não avançou detalhes, tendo referido que haverá uma conferência de imprensa para fornecer mais detalhes sobre o acto.

“Estamos organizados para lidar com a imprensa e recebemos informações superiores para dar informação a manhã, para que escrevam coisas verídicas e, amanhã (quarta-feira), vamos abrir uma excepção e vamos dar uma conferência de imprensa”, disse. De referir que esta é a terceira vez que Anibalzinho regressa ao país depois de se evadir, em circunstancias nunca esclarecidas, quer das celas do Comando da PRM da Cidade de Maputo, quer da Cadeia de Máxima Segurança (BO).

Este perigoso cadastrado cumpria uma pena de cerca de 30 anos de prisão maior pelo seu envolvimento na morte brutal do proeminente jornalista investigativo moçambicano, Carlos Cardoso, em Novembro de 2000.

A estação de televisão privada STV, que noticiou, no último sábado, a recaptura de Anibalzinho citando fontes da Interpol, publicou na última segunda-feira, uma ligação telefónica daquele criminoso, na qual fazia algumas revelações sobre a sua evasão e recaptura.

Na referida ligação, Anibalzinho dizia que: “eu fiz uma ligação para que a polícia fosse me buscar. Eu liguei e disse que eu tinha armas dentro de casa e a polícia veio me prender as 20 horas na minha casa”. Questionado sobre a sua evasão, o mesmo respondeu: “eu não fugi, porque isso tudo está relacionado com Costa Pinto (dizia Custódio Pinto, então Comandante Geral da PRM) e outras pessoas… (a ligação caiu)”.

Desde o último sábado que as autoridades moçambicanas foram contactadas pela imprensa para apurar a veracidade do facto, porém, as mesmas se limitavam a dizer que não sabiam, portanto, não confirmavam. O Porta-voz do Comando Geral da PRM, Pedro Cossa disse hoje a imprensa, no habitual briefing em Maputo, que “não basta afirmar, é preciso provar”, acrescentando que, por enquanto, “é prematuro, tudo é especulação”.

Juntamente com Anibalzinho, evadiram-se das celas do Comando da PRM da Cidade de Maputo outros dois cadastrados. Trata-se de Luís de Jesus Tomás (Todinho), morto no município da Matola, e Samuel Nhari (“Samito”), que é acusado de 10 homicídios, sendo que a maior parte dos mesmos está relacionada com o assassinato de agentes da polícia, recapturado e reconduzido a cela, a 22 de Janeiro último.

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