O distrito de Angoche vai, a partir das próximas campanhas, produzir cerca de 30 mil toneladas de arroz, cifra que representa o dobro dos resultados que espera alcançar na presente safra. Para a concretização do objectivo, as autoridades locais lograram o arrolamento de seis mil hectares com potencial hídrico, que se juntam às oito lagoas de água permanente em Angoche cujos regadios, a serem montados, garantirão a produção de arroz em escala.
Miguel Massunda, director dos serviços distritais de actividades económicas em Angoche, precisou que existe naquela região muito potencial adormecido para a produção de arroz que pode cobrir, de algum modo, as necessidades alimentares da província em relação aquela cultura. Esse facto motivou, segundo a nossa fonte, a deslocação ao distrito de Angoche de uma equipa multisectorial composta por técnicos do Ministério da Agricultura, Direcção Nacional de Hidráulica Agrícola e da empresa de Electricidade de Moçambique.
A missão tinha como objectivo estudar a viabilidade da construção e reabilitação de regadios nos blocos de Muzoa, Parta e Ilotue, nos postos administrativos de Aube e Namitória, com cerca de quatro mil hectares, o que perfaz um total de dez mil, para serem trabalhados a partir das próximas campanhas agrícolas. Adicionalmente, fazer o levantamento das possibilidades de instalação de sistemas eléctricos para funcionamento de regadios dos campos de arroz nas zonas supracitadas.
Miguel Massunda referiu que a equipa concluiu que os regadios serão alimentados à base de energia da rede nacional produzida na Hidroeléctrica de Cahora Bassa em Tete,bem como através de panéis solares, sistemas operacionais em algum,as partes de Angoche. A nossa fonte referiu que Angoche regista progressos no fomento de gado bovino, totalizando, neste momento, cerca de dez mil cabeças. E que esse facto deve ser tomado como vantagem e associada ao uso de meios mecanizados aproveitada para o cultivo, concretamente, do arroz, através da tracção animal, visando não somente atingir volumes consideráveis de produção como também reduzir o esforço dispendido pelas cerca de 4.500 famílias que praticam aquela cultura.
Paralelamente, decorrem pesquisas aplicadas para apurar novas variedades de sementes de arroz , visando maiores rendimentos por hectare a partir do ITA- 312 híbrido e de ciclo curto, consequentemente com baixo índice de perdas por colheita. Segundo Miguel Massunda, as variedades aromáticas de sementes locais de arroz denominadas uibo e rafique têm um rendimento médio de 2.100 toneladas por hectare, considerado, ainda muito baixo.
A nossa fonte espera que a tradição dos produtores locais de uso intensivo de sementes de variedade local aromáticas seja quebrada para a aposta no maior rendimento por hectare com outras variedades de produção de ciclo curto, sendo, por conseguinte, necessária uma sensibilização sobre as respectivas vantagens.