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Amantes do bacon inundam redes sociais com #FreeBacon, Itália e Alemanha também rejeitam relatório da OMS

Os amantes do bacon foram às redes sociais nesta terça-feira para expressar desprezo por um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) que alertou que carne processada provavelmente pode causar cancro. Os hashtags #FreeBacon, #Bacongeddon e #JeSuisBacon foram algumas das que estiveram entre os principais tópicos mundiais do Twitter pelo segundo dia consecutivo.

Celebridades, políticos e consumidores comuns reagiram ao anúncio de segunda-feira da OMS de que comer carnes processadas, incluindo salsichas e bacon, pode causar cancro colorretal em humanos e que a carne vermelha também é uma causa provável da doença. A revisão da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (Iarc), um órgão da OMS, também apontou que havia alguma ligação entre o consumo de carne vermelha e o cancro do pâncreas e da próstata. A agência examinou cerca de 800 estudos durante uma reunião de 22 especialistas em saúde no início deste mês.

Uma análise de mídia social feita pela Thomson Reuters descobriu que os participantes das redes sociais não estavam felizes com o alerta da OMS. Os tuítes negativos foram maiores do que os positivos numa relação de quase 7 para 1 na segunda-feira e de 6,5 para 1 nesta terça-feira, de acordo com uma ferramenta de análise que rastreia e agrega tuítes positivos, neutros e negativos com as hashtags #cancer e #bacon a fim de gerar um índice.

O estilista Kenneth Cole (@mr_kennethcole) tuitou na terça-feira: “O açúcar é mau, os carboidratos são maus, e agora o #Bacon também é, mas não se preocupe com isso, porque vocês também são maus.”

O político austríaco Andrae Rupprechter publicou uma foto dele em sua página no Facebook com um prato de frios, chamando o relatório da OMS de uma “farsa”.

Pregando os benefícios de uma dieta mediterrânea tradicional, a Itália, lar do famoso presunto parma, está a fazer um apelo aos consumidores para não entrarem em pânico com o alerta  da OMS. “Não ao terrorismo da carne, o produto italiano é o mais saudável”, declarou a associação agrícola Coldiretti num comunicado, postulando que a dieta do país é responsável por uma das maiores expectativas de vida do mundo – 80 anos para os homens e 85 para as mulheres.

A OMS declarou que cada porção de 50 gramas de carne processada – normalmente de vaca ou de porco e que foi transformada através de processos como salga e defumação – aumenta em 18 por cento o risco de cancro colorretal. Os italianos comem muito menos do que isso em média, de acordo com a Associação Nacional de Carne e Charcutaria, que estima o consumo em 25 gramas de carne processada por dia.

A Coldiretti também enfatiza os aspectos da questão não relacionados à saúde, observando que a indústria de carne da Itália gera 32 biliões de euros em vendas por ano e proporciona trabalho para 180 mil pessoas.

A ministra da Saúde italiana, Beatrice Lorenzin, disse que o governo está a analisar o relatório da OMS, mas que as pessoas não devem ficar assustadas. “Sempre soubemos que comer muita carne vermelha faz mal. O segredo é a dieta mediterrânea… deveríamos comer um pouco de tudo”, afirmou ela na Feira Mundial de Milão, cujo tema é nutrição.

O ministro da Agricultura e Alimentação da Alemanha, Christian Schmidt, também reagiu ao estudo da OMS tranquilizando os seus concidadãos muito conhecidos por comer as famosas salsichas “bratwurst”.

“Ninguém deve ter medo se comer uma ‘bratwurst’ de vez em quando”, disse o ministro em comunicado enviado por email à Reuters. “As pessoas estão a ser desestabilizadas equivocamente quando se coloca comer carne no mesmo nível do amianto ou do tabaco”.

Schmidt comparou as salsichas à luz do sol, que, segundo ele, tem efeitos benéficos se usada com moderação. “Sempre depende da quantidade. Exageradamente não é saudável”, disse.

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