O sector da Educação do distrito de Murrupula, na província de Nampula, Norte de Moçambique, está preocupado com o abandono de aulas por parte dos alunos para se dedicarem à extracção do ouro e de pedras preciosas no Posto Administrativo de Quinga e no distrito de Gilé, nas províncias de Nampula e Zambézia, esta última localizada no Centro do país.
A preocupação foi manifestada pelo director distrital da Educação Juventude e Tecnologia do distrito de Murrupula, Alfredo Salimo, para quem além daquele fenómeno, há igualmente o problema de casamentos prematuros e da pastorícia. Em 2012 afectaram negativamente o aproveitamento pedagógico dos alunos.“Aos 13 e 16 anos de idade, as raparigas têm levadas por alguns rapazes para outras zonas à procura de melhores condições de vida, abandonando, assim, a escola. Outras têm sido vítimas de violações sexuais. Os pais também levam consigo os seus filhos para os locais onde praticam actividades agrícolas no período lectivo”, disse Alfredo Salimo.
Entretanto, neste momento está a decorrer um trabalho que envolve os líderes comunitários de modo a sensibilizar os pais e encarregados de educação a mobilizarem os filhos para a escola, uma vez que, segundo Salimo, este problema está a retardar o desenvolvimento do distrito. No ano passado, apenas três alunas da 7ª classe, que estavam em situação de casamento precoce, foram reencaminhadas para o banco da escola.
Refira-se que no ano passado o distrito de Murrupula matriculou nos diferentes subsistemas de ensino pouco mais de 41598 alunos da 1ª a 12ª classe. Na alfabetização o distrito matriculou 5352 alfabetizando dos 5390 previstos para aquele ano.