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Alunos ignoram benefícios de denunciar corruptos

O Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, exortou aos cidadãos moçambicanos a denunciarem quaisquer manifestações de enriquecimento ilícito, considerando ser esta uma das formas mais importantes de combate a corrupção.

Augusto Paulino lançou este desafio durante uma palestra que orientou, na última Quarta-feira, na Escola Secundária Noroeste Um, na Cidade de Maputo, sobre corrupção e legalidade, no âmbito da visita que vem efectuando a algumas instituições da capital moçambicana. Quando o Procurador-geral da República orientava a palestra sobre corrupção, um aluno daquele estabelecimento de ensino perguntou o que ele ganharia ao denunciar os corruptos.

 Esta pergunta, colocada na maior inocência, revela a falta de noção, por parte dos estudantes daquela escola, dos malefícios da corrupção e a necessidade urgente de a combater. Curioso é que antes de iniciar a sua breve dissertação, Paulino pediu a cinco alunos para definirem ‘corrupção’ e eles o fizeram de forma correcta.

 “O que ganha? O primeiro ganho é o prestígio; o segundo é a possibilidade do dinheiro ser distribuído para mais pessoas, não a uma pessoa; e o terceiro ganho é o prestígio da pátria, tanto dentro como fora do país”, respondeu Augusto Paulino, sublinhando que “temos que ter dignidade”. O PGR disse que, os estudantes, tal como toda a sociedade, devem questionar casos suspeitos de enriquecimento ilícito.

“Nunca devemos ficar indiferentes ou contentes quando alguém fica rico com o dinheiro de todos nós”, disse ele. “Temos que odiar esse tipo de situações. Dinheiro resultante de corrupção, resultante de desvio de fundos é dinheiro sujo”, reiterou Paulino. Segundo ele, a única maneira de lavar o “dinheiro sujo” é denunciar casos suspeitos de enriquecimento ilícito para que os implicados sejam julgados e condenados e os seus bens vendidos em hasta pública como forma de os distribuir a outros cidadãos.

Augusto Paulino disse estar a par de situações de corrupção registados na adjudicação de obras públicas bem como entre os cidadãos e agentes da lei e ordem que chegam a ser subornados por apenas 20 meticais (menos de um dólar americano). “Vender a dignidade do Estado a custa de 20 meticais”, lamentou Paulino, sublinhando que não é correcto “dar mais dignidade ao dinheiro que o prestígio e a auto-estima… Dinheiro não é mais importante que nós próprios”.

Contudo, para o PGR, as vezes, a formação dos grandes corruptos começa em casa, quando os pais dão dinheiro aos filhos para comprarem rebuçados ou para passearem em troca da sua felicidade. “É preciso abandonarmos e ensinarmos os outros a abandonarem essa mentalidade monetarista… Não devemos nos habituar ao dinheiro”, sentenciou.

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