Os responsáveis do sector de Educação, Juventude e Tecnologia, ao nível do distrito de Nacala-a-Velha, estão preocupados com o que consideram de “fenómeno estranho” que ocorre na Escola Primária de Zangane, localidade de Micolene, posto administrativo da Barragem, devido ao seu ingresso no negócio informal.
Em consequência do facto, cerca de metade de um universo de 386 alunos inscritos no presente ano lectivo naquele estabelecimento de ensino desistiram e outros, em número considerável, não poderão transitar de classe.
A escola em causa situa-se a cerca de 40 quilómetros da sede do distrito de Nacala-a-Velha, em cuja proximidade funciona, às quartas-feiras, uma feira comercial, para onde convergem centenas de crianças em idade escolar que se dedicam à venda de produtos de primeira necessidade.
O mais caricato, conforme explicou José Raimundo, é que parte destes menores são obrigados pelos próprios pais a faltarem da escola para os apoiarem nos negócios que ali desenvolvem, situação que, segundo o nosso interlocutor, se repete desde que a feira começou a funcionar há três anos e que, consequentemente, concorre para o seu fraco aproveitamento pedagógico.
Numa reunião com o governador da província, Felismino Ernesto Tocoli, aquele responsável mostrou-se bastante preocupado com a situação, tendo, inclusive, solicitado aos dirigentes de nível distrital e provincial no sentido de tomarem as devidas providências.
Por seu turno, o governador de Nampula disse tratar-se de uma questão que deve ser resolvida através das próprias autoridades locais. Concretamente pela direcção e o conselho da escola devem, em coordenação,com o governo do posto e da localidade, encontrar formas de ultrapassar o impasse.