Manuel Chang, disse que os aumentos constantes dos preços dos combustíveis no mercado internacional ainda não têm impacto sobre a factura de importação de Moçambique, embora reconheça que esta situação possa vir a ter implicações para o país nos próximos tempos.
Segundo Chang, neste momento, o país está a consumir o combustível importado há já algum tempo, antes do petróleo começar a ser cotado em alta no mercado internacional.
“O impacto dos agravamentos constantes dos combustíveis no mercado internacional far-se-á sentir nos próximos tempos, porque os preços são reportados de três em três meses e o país está a usar o combustível comprado há algum tempo. Portanto, é difícil definir o impacto que está por vir”, disse.
Chang fez estes pronunciamentos num contacto com jornalistas depois da cerimónia de abertura do quinto Seminário Nacional sobre a Execução da Política Fiscal e Aduaneira da Autoridade Tributária de Moçambique (AT).
Chang disse que mesmo que os preços continuem a subir no mercado internacional, o Governo não vai tomar medidas que possam ter impacto negativo na vida da população.
Entretanto, o Executivo já está a rever alguns preços a serem praticados aos grandes operadores, nomeadamente transportadores de carga, grandes fábricas e mega-projectos, para que os mesmos passem a pagar o valor real pelo diesel.
“Estamos a rever alguns preços em relação aos grandes operadores, que já estão a pagar o preço normal do diesel e, assim, evitamos aqueles casos em que os preços praticados pelas gasolineiras têem impacto na vida das populações”, disse.
Segundo o Ministro, a revisão dos preços para os grandes operadores visa garantir que as gasolineiras não sofram muito com os aumentos dos preços no mercado internacional.
Assim, o Governo pretende acabar com os subsídios, que constituem o encargo ao Estado e acredita que qualquer impacto do aumento dos preços no mercado internacional poderá ser minimizado com os preços em actualização.
Neste momento, o Governo está a compensar as gasolineiras pelos prejuízos acumulados em 2010 por não ter havido nenhuma actualização dos preços. “Já pagaram 50 por cento dos valores e vamos continuar a pagar o subsídio em relação aos prejuízos de 2010”, frisou.
De 2008 a 2010, o Governo desembolsou às gasolineiras 147 milhões de dólares norte-americanos para compensar as gasolineiras pelo congelamento dos preços dos combustíveis no mercado nacional.
A última actualização dos preços dos combustíveis em Moçambique ocorreu em Maio de 2010, sendo que o diesel custa 30.90 meticais o litro e a gasolina 40 meticais/litro.