Dois partidos minoritários do governo grego impediram, Terça-feira (23), a aprovação de um novo pacote de austeridade exigido por credores, por oporem-se a reformas nas leis trabalhistas.
Os representantes dos credores deixaram Atenas, esta semana, dizendo que estava praticamente certa a aprovação das reformas e cortes orçamentários condicionados à liberação da próxima parcela de ajuda financeira ao país.
A Reuters teve acesso, Terça-feira, a um documento preliminar mostrando que o governo e os credores concordaram em implementar as reformas ao longo de quatro anos, e não dois, como previa o plano original.
Mas, para aprovar o pacote, o governo comandado pelo partido conservador Nova Democracia precisa de convencer os seus parceiros de coligação.
A Esquerda Democrática e o socialista Pasok há muito tempo opõem-se às medidas impopulares impostas pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI, que devem causar cortes salariais e redução em pagamentos de indemnização nos casos de demissão.
O ministro do Trabalho, Yannis Vroutsis, disse que os dois partidos aliados não concordaram com um mecanismo para evitar reajustes salariais automáticos, e que isso atrapalharia a aprovação do pacote de austeridade, no valor de 11,5 bilhões de euros (14,9 bilhões de dólares).
“Não aceitarei nem votarei as reformas trabalhistas que a ‘troika’ exige, e nem os deputados da Esquerda Democrática “, disse o líder do partido Fotis Kouvelis a jornalistas após uma reunião com os chefes dos dois outros partidos da coligação.
Evangelos Venizelos, do Pasok, também reiterou a sua oposição às reformas e pediu ao primeiro-ministro Costas Samaras que convença os seus homólogos europeus a reverem as propostas.
“Não precisamos de abrir novas frentes como a reforma trabalhista, que não contribui em nada para as nossas metas fiscais”, disse Venizelos, acrescentando que cortes trabalhistas já foram implementados este ano. “É injustificado e provocativo abrir essa discussão novamente agora.”