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Aleitamento materno é baixo em Moçambique

Em Moçambique, 63 porcento das mães iniciam precocemente a amamentarem os seus bebés, mas apenas 41 porcento das crianças são exclusivamente amamentadas até os primeiros seis meses, o que significa que muitas crianças não têm nutrientes vitais que precisam nos primeiros meses de vida.

Esse cenário deve mudar, segundo a Save the Children, para quem a amamentação é uma das armas mais fortes para salvar centenas de milhares de vidas de crianças. Esta informação foi emitida no âmbito do mês (01 à 31 de Agosto) de aleitamento materno declarado pelo ministério moçambicano da Saúde. Este ano, a data é assinalada sob o lema “Apoie as Mães a Amamentarem”.

Estima-se que 3,1 milhões de crianças morrem de malnutrição todos os anos no mundo. Amamentação não é apenas crucial para combater a malnutrição e salvar vidas de crianças, também tem o potencial de ter impactos tangíveis sobre o desenvolvimento económico e social dos países de África, Ásia e América Latina.

A malnutrição pode minar o potencial de ganhos no futuro de até 20 porcento e pode inibir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois a três porcento. A malnutrição poderá reduzir a economia global em 125 biliões de dólares até 2030, quando estas crianças atingirem a idade para o trabalho. Mas o aleitamento materno é subestimado.

As taxas globais de amamentação permaneceram abaixo dos 40 porcento nos últimos 20 anos – amamentação deslizou para baixo na lista das prioridades políticas. Em alguns países, particularmente no sudeste da Ásia e do Pacífico, o número de crianças amamentadas está começando a cair”, de acordo com a Save the Children.

Para inverter esse cenário, é preciso garantir que as mulheres tenham o apoio de que necessitam para amamentar e superar os principais obstáculos que as impedem de fazê-lo. Essas barreiras incluem as práticas culturais que desencorajam as mulheres a amamentar, graves faltas de parteiras e de trabalhadores do sector da saúde, isso significa que, muitas vezes, a oportunidade para novas mães terem apoio para amamentar nas primeiras horas é perdida; há falta de legislação adequada de maternidade e de práticas de marketing que substitui o leite materno pelas fórmulas infantis usada desnecessariamente e impropriamente pelas empresas que, em última análise, coloca crianças em risco.

Estes obstáculos, segundo um comunicado de Imprensa da organização a que nos referimos, exigem um novo esforço concertado de muitos grupos diferentes de pessoas; governos, comunidades locais e agentes económicos.

“Por exemplo, os governos e as comunidades locais precisam de tomar medidas para capacitar as mulheres para tomar suas próprias decisões sobre aleitamento materno, os governos precisam de investir no reforço dos sistemas de saúde para proteger, promover e apoiar o aleitamento materno e introduzir legislação e políticas favoráveis à amamentação em todo o país”.

Finalmente, as empresas precisam agir de forma responsável na comercialização de substitutos do leite materno e os governos devem assegurar que o regulamento nacional de substitutos do leite materno seja reforçado e aplicado. Esta questão é cada vez mais importante nas economias emergentes, onde algumas empresas estão agressivamente a fazer comercialização dos produtos, apesar de que isto prejudica o apoio à amamentação.

Entretanto, tem havido algum progresso nessa área e este ano maior atenção política foi dada à importância do aleitamento materno. Na cimeira realizada em Londres, no início deste ano, muitos governos, empresas e outras organizações assumiram o compromisso de salvar pelo menos 1,7 milhões de vidas, reduzindo a baixa estatura, aumentando o aleitamento materno e através do tratamento de malnutrição grave e aguda.

“Os líderes africanos têm a oportunidade de mostrar o seu compromisso e fazê-lo esta semana, quando eles se reunirem no encontro da União Africana, na África do Sul que terá como foco de debate a questão de saúde materna e saúde do recém-nascido. Aleitamento materno e as acções necessárias para aumentá-la devem ser uma parte importante de suas discussões. Com suficiente vontade e compromisso, temos a oportunidade de assegurar que cada criança tenha a melhor chance para realizar o seu potencial”.

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