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Agentes económicos da Maganja denunciam saque a floresta

Parecia que tudo estava bem nos últimos tempos na Zambézia, no que concerne a exploração florestal. Só que quem assim pensou enganou-se porque a uma face oculta em volta disso. Não são poucas vezes que a cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, vê camiões carregados de madeira em torro entrando e como consequência, as estradas ficam cada vez mais danificadas, visto que o peso dos camiões não é acima do normal. Tudo isso ainda agrava-se porque a báscula montado no distrito de Nicoadala não funciona.

Os responsáveis da área de florestas o nível da província fazem o mesmo eco, dizendo que não há nada que alarme, e ainda há madeira que sobre para as próximas gerações. Será verdade? Ora, no distrito da Maganja da Costa, os agentes económicos do distrito não vê com bons olhos a forma como são explorados os recursos florestais naquele distrito. Na óptica deles, há muita salada nesta coisa de exploração florestal e pedem apoio do governo provincial.

Num encontro que estes mantiveram com o governador da província, Francisco Itai Meque, os agentes económicos da Maganja da Costa disseram que naquele distrito, existem cinco concessões florestais, mas nenhuma tem instalada uma indústria processadora de madeira.

Quer dizer, toda madeira que é cortada nas matas da Maganja, sai em bruto ate um destino incerto na óptica dos agentes económicos. E não só, aquele grupo disse ao governador Itai que estas cinco concessões florestais nem uma conseguiu erguer infra-estrutura social para beneficiar as comunidades das zonas onde se explora a madeira.

Violação da Lei

Face as estas denuncias, notase que há grave violação da lei florestal vigente neste pais. Alias, a legislação é clara sobre essa matéria, quando obriga que aqueles que requerem concessões para exploração da madeira, devem instalar uma indústria processadora deste recurso como forma de não tira-lo em bruto, isto iria beneficiar em termos de emprego as comunidades locais das zonas de exploração. Mas na Maganja da Costa não é assim interpretada a lei.

Madeira é cortada e sai em camiões e prejudica, de que maneiras as vias de acesso, as pequenas pontes construídas acabam ficando danificadas por causa do peso dos camiões. Tudo isso aos olhos das autoridades que em algumas vezes tem ligações com os violadores.

Não há plano de maneiro

Neste encontro que os agentes económicos tiveram com o chefe do executivo da Zambézia, explicaram também que nenhum dos concessionários tem um plano de maneio como a lei prevê, o que deixa claro que as gerações futuras estarão a Deus dará. Num outro passo, foi dito que há concessionários que saltam de um distrito para outro e sem explicações convincentes e perante um olhar sereno e impávido das autoridades. “Pedimos ao senhor governador que intervenha nisso, porque isto que acontece é demais” – pedem os agentes económicos da Maganja da Costa.

Itai acalma

Já o governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, disse que este assunto é preocupante, dai que vai levar para a próxima sessão do governo provincial, para que os gestores desta área deiam detalhes do que estará acontecer de verdade. Sem mais detalhes, Itai disse que a lei deve ser cumprida por todos e as comunidades não podem ser lesadas por pessoas violadoras da lei.

Revistando as palavras

No ano passado, num debate organizado pelo MISA, Núcleo Provincial da Zambézia, em que um dos convidados era o director provincial da Agricultura na Zambézia, Momed Vala, este havia dito que na Zambézia, não haviam exploradores florestais, mas sim ladrões de madeira. Vala deixara na ocasião os seus argumentos em volta desta frase de ladrões de madeira.

Para o director da Agricultura, os exploradores que requerem para obtenção de licenças não cumprem com o que lei exige, razão pela qual, há muita madeira abandonada que é apreendida muitas vezes pelos fiscais do sector que dirige e nunca mais é reclamada. Isto na óptica de Vala é roubo. E estas palavras actualmente e olhando aquilo que foi dito pelos agentes económicos da Maganja da Costa, já mostra claramente que a floresta esta mesmo a saque um pouco pelo pais e os que ganham por isso são uma minoria que depois vem com discursos falaciosos de combate a pobreza e defesa do meio ambiente.

E mais, se formos aos relatórios ou estudos divulgados neste país e para a província da Zambézia em particular, vamos encontrar um monte de falcatruas que acontecem, mas que são minimizadas pelos governantes. Lembrem-se que por duas vezes uma consultora chamada Catarine Manckenze (perdoe-nos pelo nome), divulgou estudos sobre a floresta Zambézia que denominou de “Take Away Chines”.

Neste estudo podem-se ver os desmandos perpetrados por pessoas bem posicionadas que encarregam cidadãos de nacionalidade chinesa, tailandesa, etc, dando lhes licenças de exploração, mas que por trás estão os chamados elefantes brancos ou hienas com pescoço alto.

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