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Agentes da PRM protagonizam desmandos na Julius Nyerere

Certos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) têm estado a protagonizar desmandos na via pública, sobretudo nas artérias onde sabem que há maior fluxo de trânsito e podem interceptar um “descuidaddo” e lhe cobrar algumas moedas. Este não é um caso novo mas não está a merecer a devida atenção por parte de quem tem a obrigação de garantir a ordem e tranquilidade públicas.

Em relação às avenidas Julius Nyerere e Mao Tse Tung, na cidade de Maputo, têm sido várias as queixas de cidadãos dando conta de que alguns agentes afectos para trabalhar nesses locais interpelam automobilistas, principalmente taxistas, e extorquem dinheiro.

Uma das vítimas desses actos supostamente promovidos por agentes da corporação que, ao invés de garantir a ordem e tranquilidade públicas, ameaçam e roubam a pessoas indefesas, narrou-nos que, há dias, por volta da meia-noite, foi interpelado por um grupo de agentes da PRM numa altura em que se dirigia à sua casa, num táxi, usando a Avenida Julius Nyerere, ido do seu local de trabalho.

Nesse dia, mais ou menos defronte do Hotel Polana, o táxi no qual seguia viagem foi abordado por um carro grupo de elementos da Polícia que se fazia transportar numa viatura.

“O taxista facultou os documentos do veículo e a sua carta de condução. De seguida, um agente da Polícia dirigiu-se a mim e pediu para que eu me identificasse. Por azar, naquele dia, eu havia esquecido os meus documentos no escritório”.

O nosso denunciante assume qualquer responsabilidade pelo facto de ter esquecido os documentos e ficou com a lição de nunca andar sem os mesmos – como fez questão de anotar um dos agente da PRM – mas condena a atitude dos que usam e abusam da sua farda de trabalho para protagonizar chantagens e extorquir dinheiro.

O denunciante a que nos referimos, cujo nome omitimos propositadamente, contou ainda que se ofereceu para se deslocar ao seu escritório, na companhia dos elementos da corporação, a fim de reaver os documentos, porém, foi impedido. Sugeriu igualmente que podia telefonar para alguém da sua confiança que pudesse ir até ao escritório buscar identificação até onde estava retido pela Polícia, mas, outra vez, não teve sucesso, pois os policiais pretendiam apenas se aproveitar do descuido do cidadão para extorquir dinheiro.

“Eles disseram que não era possível fazer um telefonema e que teria que lhes acompanhar até à esquadra. Esta opção foi prontamente posta de lado por outro membro da PRM, o qual me disse que ia passar uma multa de 5.000 meticais (por não estar identificado) e ainda iria me levar à casa. Sem saber o que fazer e sem querer ir parar numa esquadra cedi. Foi-me ordenado que pagasse o táxi e depois perguntaram quanto dinheiro eu tinha”.

Após esse interrogatório e já em desespero, a cidadão respondeu que trazia consigo cerca 300 meticais, valor que ficou, também, na posse do agente em questão. Depois disso, o nosso denunciante foi levado para o interior da viatura da própria Polícia e escoltado até ao banco mais próximo, onde poderia levantar, na caixa automática, 5.000 meticais referidos anteriormente, supostamente de multa. “Levantado o dinheiro, entreguei aos agente, recusei a oferta de boleia e apanhei outro táxi para casa”.

Outro cidadão que teria sido vítima dos supostos agentes da PRM, diga-se, corruptos, escreveu ao @Verdade o mesmo problema que aconteceu na Julius Nyerere. O caso deu-se numa madrugada defronte do antigo restaurante Taverna. Pela descrição do cidadão, a maneira de agir dos elementos da corporação é a mesma: mandam as vítimas descer do táxi e exigem-lhes a identificação. Quando se apercebem de que está tudo em ordem sempre arranjam uma desculpa esfarrapada para extorquir dinheiro. Alguns membros da PRM até chegam a aagredir fisicamente as suas vítimas. A Avenida Mao Tse Tung é igualmente outro lugar em que “cinzentinhos” actuam.

Entretanto, a Polícia diz está à espera de provas concretas para agir. Esta segunda-feira (23), o @Verdade confronto o porta-voz da PRM, Arnaldo Chefo, com essas denúncias. Eles disse que são frequentes mas ninguém apresenta provas com vista a neutralização dos elementos da corporação que fazem isso.

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