O continente africano sofre uma verdadeira hemorragia sob forma de fuga de cérebros nociva ao desenvolvimento, segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) à margem da assembleia geral do Banco Mundial/FMI, quarta-feira, em Washington.
Esta preocupante tendência é ilustrada por algumas cifras. Assim, de sete milhões em 2013, o número de trabalhadores africanos qualificados migrados para os países mais ricos poderá passar para 34 milhões em 2030, o que representa um verdadeiro “obstáculo” ao desenvolvimento do continente.
“A fuga dos cérebros é particularmente elevada na África Subsariana” através dum boom migratório intenso por um crescimento rápido da população africana, nota o documento do FMI.
Assim, “a imigração de jovens trabalhadores faz pagar um pesado tributo a uma região com o capital humano já raro”.
O relatório da instituição cita os casos de médicos e de enfermeiras do Malawi e do Zimbabwe, que têm um impacto negativo no plano socioeconómico.
Esta hemorragia dos cérebros africanos atraídos pelas sirenes dos países ricos tem como principais destinos favoritos França, Grã-Bretanha e Estados Unidos da América, que acolhem mais da metade da diáspora da África Subsariana.